Sede do jornal brasileiro "Rondónia ao Vivo" atingida por tiros. Ataque foi registado pelas câmaras de videovigilância

Agência Lusa , MJC
13 nov 2022, 09:15

O jornal revelou que tinha recebido ameaças após ter publicado notícias sobre um grupo de extrema-direita, que se recusa a aceitar a derrota de Jair Bolsonaro

 A sede do jornal Rondónia Ao Vivo, em Porto Velho, capital do estado brasileiro de Rondónia (oeste), foi atacada a tiro, após receber ameaças de um grupo de extrema-direita, apoiante do ainda Presidente Jair Bolsonaro.

Segundo um comunicado publicado no portal do jornal na Internet, o ataque ocorreu na madrugada de sábado, com os tiros a destruírem a porta principal e as janelas do edifício, feitas de vidro, sem que nenhum funcionário ficasse ferido.

Imagens registadas por câmaras de vigilância mostram o momento em que um homem, vestido de preto e com um capuz, se aproxima da sede do jornal, olha para os dois lados da rua e dispara várias vezes antes de abandonar o local.

O comunicado refere que 20 balas foram recolhidas nos arredores da sede do Rondónia Ao Vivo.

O jornal revelou que tinha recebido ameaças após ter publicado notícias sobre um grupo de extrema-direita, que se recusa a aceitar a derrota de Jair Bolsonaro na segunda ronda das eleições presidenciais, realizada a 30 de outubro, e acampou junto ao quartel do exército em Porto Velho.

As eleições presidenciais do Brasil foram as mais polarizadas da história do país, com o antigo presidente de esquerda Luiz Inácio Lula da Silva eleito com 50,9% dos votos na segunda ronda, contra 49,1% de Bolsonaro.

Duas semanas após as eleições, Bolsonaro ainda não admitiu claramente a derrota, embora o governo já esteja a realizar, desde a semana passada, o processo de transição com a equipa designada por Lula da Silva.

Inúmeros grupos de extrema-direita insistem, sem quaisquer provas, que a vitória de Lula da Silva se deve a fraude eleitoral.

Alguns permanecem acampados do lado de fora de quartéis do Exército em várias regiões do país, exigindo um "golpe militar " para impedir a tomada de posse do novo presidente, marcada para 01 de janeiro.

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