Ventura fala em "vitória" com agenda anticorrupção mas que "o Governo não está a pensar no Chega para o Orçamento do Estado" - a entrevista na íntegra
No dia em que o Governo de Luís Montenegro anuncia uma agenda anticorrupção, André Ventura congratula-se com o pacote anunciado, dizendo que esta foi também uma “vitória para o Chega”, que, durante a campanha, usou sempre o combate à corrupção como cartada. “Insisti todos os dias”, vinca. Mas vai esta vitória levar o Chega a dar luz verde ao Orçamento do Estado? Ventura não revela. “Não lhe estou a dizer que sim ou que não”, mas atira: “O Governo não está a pensar no Chega para o Orçamento do Estado.”
Quando questionado sobre o apoio do Chega a esta agenda contra a corrupção, o presidente do partido volta a não responder com um ‘sim’ ou ‘não’, deixando, porém, a porta aberta a um entendimento “se o Governo as concretizar de forma positiva”. “O que não quero é ficar à espera para medidas daqui a dez anos”, diz, lembrando que não há um calendário para as medidas hoje reveladas.
Na entrevista em exclusivo à CNN Portugal, na qual se falou ainda da imigração e do “desrespeito” de Nuno Rebelo de Sousa ao não querer comparecer na Comissão Parlamentar de Inquérito ao caso das gémeas luso-brasileiras, André Ventura volta a dizer que os resultados das eleições europeias ficaram “aquém” do desejado, mas que uma nova ida às urnas - numas eleições legislativas antecipadas, por exemplo -, o partido “até se calhar teria mais” do que os 50 deputados eleitos, “ou até menos”. No entanto, admite que o resultado de 9 de junho tem de ser analisado. “Com isto não quer dizer que o Chega não tenha de fazer uma reflexão”, admite.