"Utiliza-se excessivamente as detenções e as buscas. É um rematado disparate"
Hernâni Vaz Antunes entregou-se numa esquadra da polícia, este sábado. Era o único arguido que tinha o mandado de detenção pendente e recebeu um ultimato do juiz Carlos Alexandre para se entregar de imediato.
Isto acontece depois do suspeito ter dito ao juiz que não estava fugido e que pretendia colaborar com as autoridades.
“Uma pessoa que tenha três ou quatro casas em Portugal pode estar numa delas”, defende Paulo Saragoça da Matta. “A defesa terá dito que não estava fugido e não estava em parte incerta, não há porque duvidar do que a defesa diz”.
O comentador da CNN Portugal considera que, se Hernâni Antunes se quis entregar com a condição de ser ouvido, “parece que isso detém a seu favor”.
O advogado observa ainda que as detenções e as buscas são utilizadas “excessivamente”, e que tal é “um rematado disparate que tem feito escola, quer no Ministério Público, quer nos tribunais portugueses”. “A detenção está prevista na lei para casos muito concretos, e não se detém para se apresentar o arguido a um juiz para lhe aplicar uma medida de coação ou não”, conclui.