Reportagem no campo de refugiados de Moria: "Estamos a morrer aqui"
"Estou nesta ilha há dois anos e estou cansada. Cansada de tudo", desabafa Zahara al Aidani, refugiada do Iraque. "Se tiverem humanidade perceberão aquilo que precisamos."
Zahara está no campo de Moria, na ilha de Lesbos, na Grécia. É lá que o Papa Francisco vai este domingo. Moria é também considerado o pior campo de refugiados na Europa. O espaço começou por ser uma instalação militar onde eram detidas famílias inteiras, incluindo menores, que chegavam à Europa. E apesar de ter capacidade para três mil pessoas, acabou por acolher 20 mil sem condições nem dignidade.
"Vejam as crianças, é muito triste para elas", diz Raed Alobeed, refugiado sírio, apontando para os miúdos que brincam por entre os escombros. "Estamos aqui no campo de Moria, estamos a morrer. Deixámos as nossas casas porque não tínhamos um lar no nosso país. Viemos para aqui para encontrar um lugar seguro." Estende o braço para mostrar aquilo que rodeia. "Este é o nosso lugar seguro..."