Relvas acha que Marcelo quer tirar partido do "prestígio" de Montenegro (e adianta nova defesa ao Governo: 19 mil chamadas para a linha SNS Grávida)

“Crossfire” com António Mendonça Mendes e Miguel Relvas. “Não acho que em Portugal tenhamos um problema com o SNS”, começa por referir o socialista António Mendonça Mendes, para destacar a forma como o serviço público tem respondido. O deputado recusa alinhar no discurso de que há um caos, uma crise na saúde e que isso já vem do passado”. Ainda assim, admite problemas, “com a pressão muito grande” sobre os hospitais “porque a cobertura dos cuidados de saúde primários foi, durante muitíssimos anos, negligenciada”.

Mendonça Mendes admite também a escassez de profissionais e defende que deveria ser revisto o rácio de especialistas definido pela Ordem dos Médicos.

Já Miguel Relvas atira culpas à governação socialista. “Este governo em 100 dias não pode ser capaz de ultrapassar grande parte dos problemas que estavam em cima da mesa”. O comentador da CNN Portugal admite que há uma crítica que se pode fazer aos sociais-democratas: em campanha eleitoral terem feito “um discurso mais maleável e não terem apontado o dedo de uma forma clara aos problemas que estavam inerentes ao SNS. Tentaram, de uma forma tranquila, fazer essa análise”.

Relvas argumenta que o anterior diretor-executivo do SNS “criou condições para se ir embora”, acrescentando que o governo deveria tê-lo obrigado a manter-se em funções, por saber que viria o período crítico do verão.

Relvas adianta que se registaram mais de 19 mil chamadas para a linha SNS Grávida. E considera que, se houvesse realmente responsabilidade do atual Governo no caos na saúde, o Presidente da República não se juntaria a Montenegro para uma visita ao Hospital de Santa Maria, “que não tem sido fácil para ele”. O que Marcelo pretende, diz Relvas, aproveitar-se “do prestígio e popularidade que o primeiro-ministro tem hoje”. Marcelo “sabe que este Governo, com o plano de emergência, tem sido capaz de apresentar soluções”.