Israel “deixa muito claro que o objetivo é fazer Gaza passar por uma situação de insustentabilidade”
Joana Recarte, investigadora na Universidade de Coimbra e especialista em Médio Oriente, explica que “a situação em Gaza já era uma situação preocupante antes deste conflito”, mas que “é muito importe salientar que Gaza já era uma zona de fronteiras fechadas, com o controlo de entrada de combustível, alimentos e materais de construção”, que podem ser usados na criação de armamento, em particular de rockets.
“Neste momento há ainda uma situação acrescida de bloqueio total”, alerta, referindo-se à escassez de eletricidade, que tem vindo a comprometer o funcionamento de hospitais e “o tratamento de doentes”, que é um “crime de guerra”.
Sobre a decisão de Israel - e que deu poucas horas aos habitantes de Gaza para saírem -, a especialista diz que o anúncio foi feito de “forma profundamente também agressiva e violenta”, em que o governo israelita “deixa muito claro que o objetivo é fazer Gaza passar por uma situação de insustentabilidade, em que as pessoas não têm comida, não têm condições”.