De turista a refugiada: "Tinha planeado muitas coisas para fazer quando voltasse..." Ucraniana surpreendida pela guerra durante férias na Madeira
Habituada a agendar os dias, aos 30 anos tinha a vida controlada. Anna Protsenko planeava viagens, estadias em diferentes países, trabalhava online, era nómada digital. De repente, a vida mudou. É uma entre os 84 ucranianos surpreendidos pela guerra na Ucrânia durante as férias na Madeira. "Agora estou a habituar-me à minha nova vida, atenta a novas oportunidades, sem planos, aberta.”
"Gosto muito da Madeira, adoro os madeirenses, estão sempre a sorrir, habituei-me a estas emoções, a esta energia que me ajuda a sentir melhor. Sinto a vibração do sol, do bom tempo, do oceano”.
Hoje estuda português e trabalha agora com turismo. Na Ucrânia ficaram os avós, que pela idade avançada não arriscam uma fuga. Trouxe a mãe, o padrasto, e o irmão de 10 anos, que escaparam a vários ataques russos, em Kiev. Garante que o governo regional disponibilizou toda a ajuda necessária. À pergunta sobre qual a maior lição que aprendeu com esta situação inesperada garante que é “não fazer planos, ser flexível e viver no presente”.
Anna acredita ser possível ficar a viver na Madeira. E deixa uma mensagem a outros que possam viver em situação idêntica: "Não tenham medo que a vida mude, aproveitem as oportunidades que a vida e o universo oferece.”