"Conhecendo Putin, não acredito numa verdadeira reconciliação com a Ucrânia". Durão Barroso em entrevista exclusiva à CNN Portugal

7 jan, 23:25

Durão Barroso, antigo presidente da Comissão Europeia, em entrevista exclusiva à CNN Portugal.

Questionado sobre a vontade de Donald Trump de colocar fim ao conflito, responde: “Acredito que é bom que haja um esforço nesse sentido. Sem dúvida, o facto de o presidente americano querer fazer algo para pôr fim àquela mortandade é, em si mesmo de saludar. Abre-se uma oportunidade. É melhor abrir-se essa oportunidade do que continuar-se numa situação tão dramática como aquela que estamos a viver”.

Contudo, com base na experiência de Durão Barroso com Putin e com a própria Ucrânia, são esperados muitos obstáculos. “Francamente não acredito, não vejo hipótese, de uma verdadeira reconciliação”.

Segundo Durão Barroso, Putin vai além do desejo de território e “não quer reconhecer a existência do próprio país Ucrânia como entidade autónoma”. “Seja qual for esse acordo, não podemos ter a ilusão que há uma paz estável, consolidada e definitiva. Temos de estar preparados para mais confrontos no futuro”.

Durão Barroso diz desejar que se evite uma guerra generalizada, argumentando que a melhor forma de garantir a paz é preparando a guerra, porque tal permite dissuadir o agressor.

Questionado sobre Elon Musk, o grande aliado de Trump, Durão Barroso não o vê “como extensão” do futuro presidente americano. Destaca antes que o empresário “consegue a adesão de uma gente, do ponto de vista tecnológica, muito avançada” e considera que a aliança “pode ser surpreendentemente forte, pelo menos durante algum tempo”.

Em relação à vida política portuguesa, Durão Barroso recusa comentários. Ainda assim, reitera a garantia de que não será candidato a Belém e insiste na importância da estabilidade para o país.

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