Bukele diz que não devolve aos EUA migrante deportado por erro administrativo. Tribunal Supremo tem outra opinião.
O Presidente de El Salvador foi recebido na Casa Branca por Donald Trump esta segunda-feira. A visita aconteceu depois de Nayib Bukele se ter tornado num dos maiores aliados de Donald Trump nas Américas e o mais importante na América Central, graças à sua disponibilidade para receber centenas de milhares de migrantes, deportados pela Administração, em cumprimento de uma política migratória mais estrita. Trump insistiu em que todos os deportados tinham cometido crimes em solo dos EUA e que grande parte pertencia a gangues violentos, como o Tren de Aragua, composto por migrantes venezuelanos. Mas as organizações de defesa dos Direitos Humanos, como a Human Rights Watch e a Amnistia Internacional, denunciam as autoridades de El Salvador e dos EUA por incumprimento das regras básicas do Estado de Direito. Grande parte dos deportados foi colocado numa mega-prisão conhecida como Centro de Detenção do Terrorismo ou CECOT, sem ser sido condenado por qualquer crime.
Há ainda relatos de migrantes, com estatuto de residente permanente nos EUA, deportados sem qualquer justificação, como é o caso do salvadorenho Kilmar Garcia, que o Tribunal Supremo dos EUA diz que deve regressar ao estado de Maryland, ainda que Bukele tenha dito que não vai fazê-lo.