Biblioteca sobre rodas faz-se às estradas madeirenses

22 abr 2022, 23:27

Numa era cada vez mais digital existe a necessidade de ser ainda mais criativo para cativar crianças e jovens para a leitura. O escritor Airton Ortiz diz que "somos o resultado dos livros que lemos, das viagens que fazemos e das pessoas que amamos".

É assim na Magia da Leitura, na Madeira, com crianças do pré-escolar e primeiro ciclo. Alunos leitores, participativos, com pensamento crítico. A intenção deste projeto é a de guiar crianças numa cidadania consciente, numa caminhada com direitos. 
 
O projecto nasce inspirado pelas antigas bibliotecas itinerantes da Gulbenkian que levavam os livros até às aldeias mais remotas do país. Na véspera do Dia Mundial do Livro, a coordenadora e embaixadora do projeto disse em exclusivo à CNN Portugal que “o leitor tem direito a não querer ler, a querer apenas segurar no livro e desfrutar dele como objeto, tem direito a começar a ler e não terminar, tem direito a fazer uma leitura imagética através só das imagens, tem direito a saltar as páginas do livro e acima de tudo, também poder fazer a leitura consoante a sua necessidade. Não podemos impor e dizer este livro é para a tua idade, ou este livro é bom para ti.” Porque a leitura não passa apenas pelo código da escrita, aqui, proliferam os livros fora da caixa. Livros móveis, em três dimensões, carrossel, pop-up ou silenciosos. Leda, lembra que este é um projeto inclusivo “até aqueles que têm mais dificuldade não se sentem excluídos e podem também fazer a leitura de outra forma
 
A diversidade é grande, o interesse também. Quando perguntámos ao Fabian, aluno do quarto ano, se gostava de ler, a resposta não se fez esperar, “muito, gosto muito de ler”. E razões não faltam, avança, “sinto que estou noutro mundo, estou calmo, estou na minha cabeça imaginando o que estou a ler.”
 
A biblioteca itinerante é um espaço livre, de imaginação, encantamento onde cada objeto conta uma história. Até porque pretende “ir ajudando as crianças em momentos mais difíceis, em fases mais complicadas da sua vida”, diz-nos a coordenadora. 
 
Uma forma de contrariar a tendência nacional revelada por um inquérito do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa que garante: mais de metade da população portuguesa não lê livros. 

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