VERÃO CNN | Já lhe aconteceu passar um dia quase inteiro na piscina ou no mar e, ainda assim, ficar com a pele vermelha? Há várias razões para isso
Um mergulho para refrescar ou uns largos minutos a nadar para fazer frente ao calor. Seja do mar, do rio ou da piscina, a água é uma das grandes aliadas da pele nos dias de maior calor, mas engana-se se pensa que é um escudo-protetor contra a exposição solar. Mesmo dentro de água é possível apanhar um escaldão.
Um dos motivos, explica Rui Tavares Bello, dermatologista no Hospital Lusíadas Lisboa, prende-se com as “múltiplas bandas de diferentes comprimentos de onda” da luz solar que, mesmo debaixo de água, ‘queimam’ a pele.
“Mesmo dentro da água, embora 50% dos raios ultravioleta sejam refletidos, os restantes atingem profundidades de entre 50 centímetros a um metro. Logo, um nadador não estará protegido”, esclarece o médico.
Se esta capacidade de atingir a pele mesmo dentro de água é, por si só, um fator de risco para se apanhar um escaldão, os raios ultravioleta ‘beneficiam’ ainda de um outro aspeto, alerta a dermatologista Patrícia Santos. “Mesmo que tenha ocorrido previamente a colocação de protetor solar, há sempre perda da sua eficácia porque este nunca é totalmente resistente à água e vai saindo”, diz a médica, adiantando-se: “o protetor solar deve ser aplicado de duas em duas horas, pelo que se a pessoa não tiver este cuidado, estará em risco de queimadura solar, dentro ou fora da água”.
A reaplicação do protetor solar - antes e depois de dar um mergulho ou nadar - é, aliás, a única forma de evitar males maiores, mesmo que a pele não dê sinais de que está a ficar com lesões, algo que é comum acontecer quando se passa grande parte do dia dentro de água.
“A frescura sentida dentro de água evita o sinal de alarme do escaldão que é a dor ou ardor sentidos”, diz, em tom de alerta, o médico dermatologista Rui Tavares Bello, vincando que esta sensação de ‘frescura’ pode levar “a exposições intempestivas, com os riscos inerentes”.
Se pretende passar o verão sem qualquer escaldão, a escolha do protetor solar - e a correta aplicação - é determinante. Como já explicou à CNN Portugal a dermatologista Helena Toda Brito, para escolher basta olhar para os números presentes na embalagem: “usando um protetor solar FPS 30, a pele demoraria 30 vezes mais tempo a queimar do que sem protetor solar”. No entanto, “para atingir estes fatores de proteção é essencial aplicar o produto em quantidade generosa” e durante o dia de praia, aconselha Marta Ferreira, farmacêutica, doutoranda em Tecnologia Farmacêutica e com uma pós-graduação em Cosmetologia Avançada. Mas quanto protetor é protetor o suficiente para um adulto? “Cerca de 35 ml para todo o corpo”.
Se, mesmo com todos os cuidados, apanhou um escaldão, tem aqui um guia com todos os passos que deve seguir.