"Não temos medo": Maria Corina Machado reúne apoiantes em Caracas. Chavistas também saem à rua para apoiar Maduro

CNN Portugal | Agência Lusa , MJC
3 ago, 21:53

Na Venezuela, continua a discussão sobre quem terá vencido as eleições presidenciais de há uma semana

A líder da oposição venezuelana, Maria Corina Machado, discursou numa enorme manifestação em Caracas, a capital do país, desafiando os pedidos do governo para sua prisão. 

Machado discursou para milhares de apoiantes, em cima de um camião com uma faiza a dizer "A Venezuela venceu". "Nunca fomos tão fortes quanto hoje, não temos medo", disse à multidão, acrescentando que "o regime nunca foi tão fraco... Perdeu toda a legitimidade". A líder da oposição foi recebida com aplausos e gritos de "liberdade, liberdade".

Numa mensagem de vídeo, o candidato da oposição, Edmundo Gonzalez, pediu aos apoiantes que "respondessem aos ataques do regime com esperança, harmonia e paz".

Maria Corina Machado, líder da oposição na Venezuela, participa numa manifestação (EPA)

Por outro lado, milhares de chavistas manifestaram-se também  em Caracas "em defesa da paz" e apoio à anunciada reeleição de Nicolás Maduro como Presidente da Venezuela. Dezenas de automobilistas percorreram vários quilómetros na zona leste da capital venezuelana buzinando em apoio a Maduro e para rejeitar o que o chavismo e as autoridades governamentais consideram uma tentativa de golpe de Estado, aludindo às alegações de fraude eleitoral por parte da maior coligação da oposição, a Plataforma Unitária Democrática (PUD).

Centenas de chavistas também se reuniram em pelo menos dois pontos da cidade para caminhar até uma área próxima do palácio presidencial de Miraflores, sem confirmação da presença de Maduro no final da iniciativa. Essas manifestações foram replicadas em algumas regiões do país, como mostram nas redes sociais os governadores chavistas e os meios de comunicação estatais, que atenderam ao apelo feito pelo Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), no poder, que pediu aos seus apoiantes para se manifestarem no mesmo dia em que a PUD convocou protestos em todo o país.

Machado tinha-se escondido durante alguns dias no início desta semana após acusar o presidente Nicolás Maduro de cometer fraude e prejudicar o candidato da oposição, Edmundo Gonzalez, que teria uma vitória clara na eleição presidencial. Num artigo publicado The Wall Street Journal, Maria Corina Machado explicou que tinha ficado "a temer" pela sua vida. O presidente, por sua vez, acusou Maria Corina Machado de incentivar a violência e declarou que tanto ela uanto Edmundo Gonzalez deveriam passar décadas atrás das grades. "Hverá consequências jurídicas inevitáveis", disse Maduro. 

A comissão eleitoral - controlada por aliados de Maduro - insiste que ele venceu com 52% dos votos do último domingo, mas observadores independentes afirmou que faltou transparência. A comissão eleitoral não publicou as atas completas dos resultados. A oposição disse que a sua própria contagem de votos mostra que venceu a eleição por uma ampla margem. Sondagens realizadas antes da eleição sugeriam também uma vitória clara para Gonzalez.

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