Nicolás Maduro manifesta apoio à Rússia e critica Europa e Estados Unidos

Agência Lusa , AM
17 fev 2022, 07:01

Presidente da Venezuela esteve na assinatura de um Memorando de Intenções para Reforçar a Cooperação Bilateral entre ambos países, no qual participou o vice-primeiro-ministro da Rússia, Yuri Ivanovich Borisov

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, manifestou apoio à Rússia perante as ameaças de Ocidente e criticou a falta de compreensão da Europa e dos EUA face ao que custou aos russos reconquistar cada palmo do seu território.

“A Rússia conta com todo o apoio da República Bolivariana de Venezuela na luta que está dando para dissipar as ameaças da OTAN [Organização do Tratado do Atlântico Norte] e do mundo ocidental. A Rússia conta com todo o apoio para dissipar todas as ameaças e para que continue a ser um território de paz”, disse.

Maduro falava em Caracas, durante a assinatura de um Memorando de Intenções para Reforçar a Cooperação Bilateral entre ambos países, no qual participou o vice-primeiro-ministro da Rússia, Yuri Ivanovich Borisov.

O político lembrou o “quanto custou a paz na Rússia”, afirmando que foram “20 milhões de mortos contra o exército nazi”.

“E parece que a Europa e o imperialismo norte-americano não entendem que cada palmo do território russo, da grande Federação Russa, foi reconquistado ao exército nazi”, disse Maduro.

Frisou ainda que “isso não se esquece, está nos genes da juventude russa” e que por isso o presidente Vladimir Putin “sabe que pode contar com o povo bolivariano e revolucionário de Venezuela".

“No final, a diplomacia de paz é a que triunfará”, sublinhou.

Maduro começou por explicar que ambas delegações analisaram o mapa geopolítico mundial e o estado da cooperação bilateral.

“Abordámos com detalhe a cooperação comercial, energética, financeira, no campo da saúde, da ciência, inovação, da cultura, da defesa militar e posso dizer que as relações entre a Rússia e a Venezuela cada vez adquirem maior nível estratégico, maior qualidade e profundidade no seu resultado e maior fortaleza histórica”, disse.

Segundo Maduro, Caracas e Moscovo construíram “o mapa de cooperação para continuar caminhando juntos, unidos”.

O presidente venezuelano frisou ainda que passaram também revista “à poderosa cooperação militar", ratificando "o caminho de uma poderosa cooperação militar entre a Rússia e a Venezuela, para a defesa da paz, da soberania, da integridade territorial”.

“Vamos aumentar todos os planos de preparação, de treino e operação, com uma potência militar do mundo, como é Rússia”, sublinhou.

Por outro lado, explicou que há uma boa conexão aérea entre ambos países e que “à Venezuela chegaram mais de 15.000 turistas russos nos últimos dois meses”.

Durante o ato, o ministro venezuelano de Petróleo e vice-ministro de Economia, Tarek El Aissami, explicou que o intercâmbio comercial entre ambas as nações aumentou 50% em 2021, em relação ao ano anterior.

“Temos mais de 20 âmbitos de cooperação e trabalho entre eles as que destacam a energética, financeira, técnico-militar, saúde, transporte, ciência e tecnologia”, disse Tarrek El Aissami, que agradeceu o apoio da Rússia na recuperação da indústria petrolífera e no o envio das vacinas anticovid-19 Sputnik V.

A assinatura do Memorando de Entendimento a Venezuela e a Rússia tem lugar numa altura de tensão extrema entre Washington e Moscovo em torno de uma possível ofensiva militar russa na Ucrânia.

Em 13 de janeiro de 2022, o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Serguei Riabkov, disse à televisão RTVI TV, que “não confirma nem exclui” a possibilidade de a Rússia enviar equipamentos militares para Cuba e Venezuela no caso de falhanço das conversações e de um aumento da pressão dos EUA sobre a Rússia, indicou a agência noticiosa Associated Press (AP).

Riabkov, que conduziu a delegação russa nas recentes conversações com os EUA em Genebra, notou que “tudo depende da ação” norte-americana, assinalando que o Presidente russo, Vladimir Putin, já avisou que Moscovo pode adotar medidas técnico-militares caso Washington provoque o Kremlin e acentue a sua pressão militar.

Em 14 de janeiro, os EUA garantiram que vão responder “decisivamente”, caso a Rússia movimente equipamentos militares para Cuba e Venezuela.

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