Portugueses na Venezuela fazem campanha solidária para afetados pelas cheias

Agência Lusa , AM
17 out 2022, 06:48
Inundações em Tejerias, Venezuela (AP)

Chuvas registadas nas últimas três semanas na Venezuela causaram aluimentos de terra e inundações em metade do país, onde milhares de pessoas perderam parcial ou totalmente as casas

A comunidade luso-venezuelana iniciou a campanha de solidariedade “um quilograma de amor” para com os afetados pelas cheias em Las Tejerías, que há uma semana mataram pelo menos 50 pessoas, entre elas três portugueses.

A campanha decorre em vários sítios, entre eles o novo Santuário de Fátima de Carrizal, onde o padre José António da Conceição está a pedir aos católicos que. cada vez que participem na missa. levem “um quilograma de amor”, ou seja “de farinha, arroz e outros alimentos”.

“Pedimos a cada pessoa para trazer um quilo de amor pelo povo necessitado de Las Tejerías e que [o] depositasse aqui aos pés da Virgem”, disse o sacerdote à Lusa.

Por outro lado, o cônsul-geral de Portugal em Los Teques, representação diplomática cujas instalações ficam na sede daquele templo, explicou que se trata “de um grão de areia” para ajudar as pessoas de Las Tejerías, 70 quilómetros a oeste de Caracas.

“Estamos a recolher doações, sobretudo alimentos, para os irmãos afetados por esta grave tragédia que aconteceu em Tejerías. A meta [para esta semana] é recolher pelo menos uma tonelada de alimentos”, disse Pedro Gonçalves.

A recolher doações para os afetados está também a empresa de transporte de passageiros entre cidades venezuelanas, Aeroexpressos Executivos, propriedade de madeirenses, que domingo começou a pedir às pessoas que doem alimentos e água.

“As pessoas trouxeram muita roupa; a prioridade agora é fazer chegar alimentos e água potável. Ordenámos criar todas as facilidades para que quem chegue possa entregar rapidamente as suas doações, nomeadamente no que a estacionamento se refere”, explicou fonte da empresa à Lusa.

Por outro lado, o arcebispo Ulises Gutiérrez, da Conferência Episcopal Venezuelana, elogiou a iniciativa da comunidade lusa, vincando que ajudará a minimizar o sofrimento dos afetados.

“Estamos passando dificuldades muito grandes na Venezuela, não apenas a nível político e social, também com esta situação de catástrofe em Tejerías, onde é grande o sofrimento e a dor pelas cheias”, disse.

Segundo Gutiérrez, “isto chama-nos também à solidariedade”.

“A campanha que se está fazendo de recolha de alimentos, de mantimentos e medicamentos, para aliviar a dor desta gente também se faz [no Santuário de Fátima] em Carrizal e queremos ser também solidários através da Cáritas, na dor e sofrimento do nosso povo”, frisou.

Pelo menos 50 pessoas morreram num aluimento de terras, há uma semana, em Tejerías, no centro da Venezuela, segundo as autoridades locais que não têm divulgado o número de desaparecidos. Entre a meia centena de mortos estão confirmados três portugueses.

As chuvas registadas nas últimas três semanas na Venezuela causaram aluimentos de terra e inundações em metade do país, onde milhares de pessoas perderam parcial ou totalmente as casas.

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