Vendas 'online' representaram 17,2% da faturação das empresas em 2021

Agência Lusa , AM
21 nov 2022, 12:23
Compras online

Das empresas que efetuaram vendas ‘web’, 98,1% fizeram-no para clientes localizados em Portugal, 42,3% em outros países da União Europeia e 31,6% no resto do mundo

As vendas de bens e serviços através da Internet representaram 17,2% do volume de negócios das empresas em 2021, mais 0,2 pontos percentuais que em 2020, atingindo quase 50.000 milhões de euros, mais 10,7%, divulgou esta segunda-feira o INE.

Segundo o ‘Inquérito à utilização de tecnologias da informação e da comunicação nas empresas’, divulgado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), “comparativamente à União Europeia (UE-27), Portugal registou proporções inferiores neste indicador em 2015, 2016 e 2020 e superiores em 2017 e 2018, registando a mesma proporção em 2019”.

Segundo o INE, no ano passado 19,6% das empresas efetuaram vendas de bens e/ou serviços através do comércio eletrónico, representando uma variação de +2,5 pontos percentuais face a 2020.

Por setor de atividade, destacaram-se o ‘alojamento e restauração’, com 39,1% das empresas a efetuarem vendas por comércio eletrónico (+4,7 pontos percentuais face a 2020), seguindo-se o ‘comércio’ com 32,3% (+7,6 pontos percentuais) e a ‘informação e comunicação’ com 17,7% (-4,0 pontos percentuais).

Das empresas que efetuaram vendas ‘web’, 98,1% fizeram-no para clientes localizados em Portugal, 42,3% em outros países da União Europeia e 31,6% no resto do mundo, representando um aumento de 1,0 ponto percentual nos clientes localizados em Portugal e uma diminuição de 7,9 pontos percentuais nos clientes estrangeiros.

O INE questionou as empresas que efetuaram vendas de bens e/ou serviços por ‘website’, ‘apps’ ou portais de comércio eletrónico (excluindo EDI – Intercâmbio Eletrónico de Dados) para outros países da União Europeia sobre as dificuldades sentidas em 2021 nestas vendas, tendo os resultados demonstrado “alterações significativas face a 2020”.

Assim, 32,9% referiram os custos elevados de entrega e devolução de produtos aquando da venda (+13,2 pontos percentuais face a 2020), 24,3% as dificuldades relacionadas com o sistema do IVA nos países da UE (+17,4 pontos percentuais) e 8,9% as restrições impostas pelos parceiros empresariais sobre vendas para determinados países da UE (+0,3 pontos percentuais).

Já 6,9% apontaram a falta de conhecimentos de línguas estrangeiras para comunicar com os clientes (+3,5 pontos percentuais), 6,7% as dificuldades relacionadas com a resolução de queixas e litígios aquando da venda (-0,6 pontos percentuais) e 5,1% a adaptação da rotulagem dos produtos para vendas a outros países da UE (-0,1 pontos percentuais).

No que se refere à percentagem das vendas de bens e/ou serviços através do comércio eletrónico no total do volume de negócios, continuaram a destacar-se em 2021 as empresas com 250 ou mais pessoas ao serviço (22,7%). No entanto, neste escalão verificou-se um decréscimo de 0,7 pontos percentuais face a 2020.

Já este ano, 96,9% das empresas e 48,2% das pessoas ao serviço têm acesso à Internet para fins profissionais (+0,4 e +3,7 pontos percentuais, respetivamente, que em 2021) e 85,7% das empresas disponibilizam dispositivos portáteis permitindo ligação móvel à Internet para fins profissionais (+17,2 pontos percentuais face a 2021), abrangendo 28,1% do pessoal ao serviço (+4,2 pontos percentuais que em 2021).

Neste ano, 74,7% das empresas têm pessoal ao serviço com acesso remoto ao sistema de correio eletrónico da empresa, 65,0% aos documentos da empresa e 63,9% a aplicações de gestão ou ‘software’ da companhia, sendo que 47,7% das empresas realizam reuniões à distância via Internet.

Em 2022, 20,0% das empresas têm pessoal ao serviço especialista em TIC (Tecnologias da Informação e Comunicação, +0,2 pontos percentuais que em 2020), destacando-se o setor da ‘informação e comunicação’, com 80,1%.

Em 2021, 6,2% das empresas recrutaram ou tentaram recrutar especialistas em TIC, sendo que, destas, 61,4% tiveram dificuldades no preenchimento destes postos de trabalho.

As funções TIC na empresa foram executadas por fornecedores externos em 78,2% das empresas e exclusivamente por estes em 53,8% das empresas (+5,8 pontos percentuais e +4,0 pontos percentuais respetivamente, face a 2019).

Em 2022, as principais medidas de segurança das TIC utilizadas pelas empresas são a autenticação através de uma palavra-passe segura (84,0%), o ‘backup’ de informação em local distinto (73,7%) e o controlo de acesso à rede (62,5%).

No ano passado, 11,5% das empresas experienciou pelo menos um problema, seja de indisponibilidade de serviços TIC, de destruição ou corrupção de dados, ou de divulgação de dados confidenciais, devido a um incidente de segurança relacionado com as TIC.

As consequências mais referidas destes incidentes foram a indisponibilidade de serviços TIC devido a falhas de ‘hardware’ ou ‘software’ e a ataques do exterior (8,3% e 2,5%, respetivamente), seguindo-se a destruição ou corrupção de dados devido a infeção de ‘software’ malicioso ou intrusão não autorizada e devido a falhas de ‘hardware’ ou ‘software’ (2,1% e 1,8%, pela mesma ordem).

Relativamente às consequências de incidentes de segurança relacionados com as TIC, verificou-se que a indisponibilidade de serviços TIC foi a mais frequente, em 2021, sentido por 9,7% das empresas, seguida da destruição ou corrupção de dados, com 3,4%, e por último a divulgação de dados confidenciais, com 0,7%.

Os dados do INE apontam ainda que, em 2022, 7,6% das empresas utilizam robôs industriais ou de serviço, uma diminuição de 1,5 pontos percentuais face a 2020 (9,1%), destacando-se uma vez mais o setor da ‘indústria e energia’, com 16,2% das empresas a utilizarem robôs industriais, e não se apresentando grandes diferenças entre os restantes setores.

Em 2022, 73,2% das empresas aplicam alguma medida que reduz o consumo de papel ou de energia do equipamento TIC: 72,0% das empresas aplicam alguma medida que reduz a quantidade de papel usado para impressão e cópia, e 45,0% aplicam alguma medida que reduz o consumo de energia do equipamento TIC.

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