Putin rejeitou por três vezes o apelo do Papa Francisco para a abertura de corredores humanitários em Mariupol

CNN Portugal , BCE com Lusa
30 abr 2022, 12:48

Face às recusas do Kremlin, o Vaticano admite estar "pessimista" quanto à possibilidade de retirar os cidadãos e combatentes de Azovstal

O presidente russo, Vladimir Putin, rejeitou por três vezes o apelo do papa Francisco para criar corredores humanitários na cidade portuária de Mariupol, onde vários civis e combatentes ucranianos ainda estão entrincheirados no complexo metalúrgico Azovstal.

De acordo com o jornal Il Messaggero, na última tentativa do Papa Francisco nesse sentido, chegou a estar em cima da mesa a possibilidade de enviar um barco com a bandeira do Vaticano, com ajuda da Igreja Ortodoxa - uma ideia que acabou por ser descartada.

Segundo o mesmo jornal, a primeira tentativa de negociação entre o Vaticano e o Kremlin ocorreu no final de março, com a coordenação de D.Visvaldas Kulbokas, núncio apostólico em Kiev, e um representante do Patriarcado de Moscovo.

A segunda tentativa de negociações ocorreu na véspera da Páscoa, e, segundo a publicação, o papa já estaria pronto para enviar o seu cardeal de confiança, o polaco Konrad Kraevsky, a Mariupol.

Mas os apelos do Vaticano foram todos rejeitados por Vladimir Putin. O cardeal Pietro Parolin reconheceu que o Vaticano está agora "pessimista" quanto à possibilidade de retirar os cidadãos e combatentes de Azovstal. Ainda assim, o cardeal salientou a importância de se manter a via diplomática, "caso contrário, a guerra continuará".

Cerca de 5.000 combatentes e 1.000 civis estão sitiados na metalúrgica Azovstal, com pouca comida e munições, segundo fontes ucranianas, dos quais cerca de 500 estão feridos e sem possibilidade de receber tratamento médico.

Moscovo descartou a possibilidade de lançar um ataque à metalúrgica, para evitar baixas russas, optando por sitiar a unidade fabril e impedir o acesso humanitário a quem lá se encontra.

Na quinta-feira, o secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou, em conferência de imprensa com o Presidente ucraniano, em Kiev, que as Nações Unidas estão a fazer "todo o possível" para retirar os civis da central.

Volodymyr Zelensky, por sua vez, assegurou que a Ucrânia está "aberta a negociações imediatas", para conseguir um corredor humanitário que permita salvar aqueles que permanecem em Azovstal.

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