Linhagem BA.5 da variante Ómicron já é dominante em Portugal

Agência Lusa , CV
13 mai 2022, 15:15
Novas Variantes (Foto: Getty/ Vincenzo Izzo)

Os primeiros estudos "nada indicam" quanto a uma eventual maior gravidade.

A mais recente linhagem da variante Ómicron do SARS-CoV-2, que aparenta ser mais contagiosa, já é dominante em Portugal, estima o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).

O investigador do INSA João Paulo Gomes disse aos jornalistas, na sede da instituição, que a linhagem BA.5  "terá já ultrapassado os 50%" dos novos casos de infeção, calculando que será "a variante dominante".

"Trata-se de uma linhagem mais transmissível e com algumas mutações que são associadas a uma maior capacidade do vírus para infetar e fugir ao sistema imunitário", explicou, conseguindo ultrapassar os anticorpos gerados quer pelas vacinas quer pela infeção natural e assim expandir-se mais.

A linhagem está a aumentar em Portugal a par do que se passa na África do Sul, onde foi pela primeira vez identificada a variante Ómicron, mas os primeiros estudos "nada indicam" quanto a uma eventual maior gravidade.

"Não parece estar associada a um fenótipo de doença mais severo. Pensamos que será quase inevitável que [a covid-19] se transforme quase numa gripe. Vamos ter de viver com este coronavírus e pensa-se que o processo de vacinação vá ter de continuar, nem que seja para os grupos mais vulneráveis", considerou.

João Paulo Gomes, que é responsável pela monitorização da diversidade genética do SARS-CoV-2 e outras doenças infecciosas em Portugal, lembrou que "é um vírus com uma capacidade de adaptação incrível, que muito rapidamente se vai adaptando à própria evolução do sistema imunitário".

"As vacinas atualmente distribuídas, ainda desenvolvidas com a estirpe original, são muito pouco eficazes contra a infeção, mas continuam a mostrar uma eficácia muito elevada quanto ao processo de hospitalização", apontou.

"Todos conhecemos amigos, colegas que tiveram a infeção há poucos meses e estão agora novamente infetados, isso está a acontecer com estas linhagens", apontou.

O INSA faz a monitorização de amostras do SARS-CoV-2 recolhidas semanalmente em todo o país, identificando os códigos genéticos.

"Todo o mundo tem beneficiado dos primeiros dados gerados", referiu, acrescentando que ao conhecer a realidade de um país, os outros podem ter uma visão do que os espera e preparar-se melhor.

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