Covid-19: Moderna diz que dose mais pequena da vacina é eficaz para crianças dos seis meses aos seis anos de idade

23 mar 2022, 20:53
Moderna

A Moderna prepara-se para apresentar, "nas próximas semanas", um pedido de autorização de administração da vacina para crianças dos seis meses aos seis anos de idade ao regulador europeu (EMA) e norte-americano (FDA)

A Moderna anunciou esta quarta-feira ter alcançado "resultados provisórios positivos" dos ensaios da administração da vacina contra a covid-19 em crianças dos seis meses aos seis anos de idade.

Em comunicado, a farmacêutica adiantou que as crianças que receberam um quarto da dose administrada nos adultos (25 microgramas) desenvolveram uma "resposta robusta de anticorpos" capazes de neutralizar a covid-19, com um "perfil de segurança favorável".

A Moderna prepara-se agora para apresentar, "nas próximas semanas", um pedido de autorização da administração da vacina para crianças dos seis meses aos seis anos de idade ao regulador europeu (EMA) e norte-americano (FDA), bem como aos restantes reguladores.

Os resultados apresentados referem-se ao estudo KidCOVE, que contou com a participação de "aproximadamente 6.700 participantes dos seis meses aos seis anos de idade", e que avaliou a "segurança e tolerância" de duas doses da vacina da Moderna em crianças saudáveis, com 28 dias de intervalo entre doses.

Dividindo as crianças em dois grupos - um dos seis meses aos dois anos e dos dois aos seis anos de idade - a farmacêutica chegou à conclusão que "em ambos os grupos, o perfil de tolerância foi geralmente consistente com o observado nas crianças dos seis aos 12, nos adolescentes dos 12 aos 17 e nos adultos".

"A maioria dos sintomas adversos foram leves a moderados e foram registados com maior frequência depois da segunda dose", acrescenta-se no comunicado.

Citado pelo comunicado, o chefe-executivo da Moderna, Stéphane Bancel, considerou que estes resultados são "boas notícias para os pais de crianças menores de seis anos":"Face à necessidade de uma vacina contra a covid-19 para bebés e crianças mais pequenas, estamos a trabalhar com a FDA e com reguladores de todo o mundo para enviar estes dados o mais rápido possível."

A farmacêutica revelou ainda que, depois de ter consultado o regulador norte-americano, enviou também "o pedido de autorização para o uso de emergência da vacina nas crianças dos seis aos 11 anos", acrescentando que está a "atualizar o pedido dirigido à FDA para o uso de emergência da vacina da Moderna em jovens dos 12 aos 17 anos".

"Estamos comprometidos em ajudar a acabar com a pandemia de covid-19 com uma vacina para as crianças de todas as idades", pode ler-se no comunicado.

As crianças até aos cinco anos de idade são o único grupo que ainda não está elegível para a vacinação contra a covid-19, pelo que, se os reguladores norte-americano e europeu derem 'luz verde' à administração das vacinas a esta faixa etária, será o primeiro passo para uma população coberta pelo esquema vacinal contra a doença provocada pelo vírus SARS-CoV-2.

Contudo, especialistas independentes citado pela agência AP alertam que a Moderna revelou dados limitados, pelo que os reguladores terão agora de determinar se esta "resposta robusta de anticorpos" se traduz no que é realmente mais importante para a vacinação contra a covid-19 - a proteção contra a doença grave.

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