Covid-19: Von der Leyen admite discussão sobre vacinação obrigatória na União Europeia

Agência Lusa , CE
1 dez 2021, 12:47
Ursula von der Leyen (Mindaugas Kulbis/AP)

Aludindo aos dados mais atuais, a presidente da Comissão Europeia referiu que "um terço da população europeia não está vacinada, o equivalente a 150 milhões de pessoas"

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, admitiu esta quarta-feira um debate na União Europeia sobre vacinação obrigatória anticovid-19, quando 150 milhões de pessoas não estão vacinadas e já mais de cinco milhões morreram devido à doença.

“Primeiro que tudo, esta é uma competência dos Estados-membros, portanto, não me cabe a mim dar qualquer tipo de recomendação, mas se me perguntam qual é a minha posição pessoal, eu há dois ou três anos nunca teria pensado em testemunhar o que vemos neste momento em que temos esta horrível pandemia”, afirmou a líder do executivo comunitário.

Falando em conferência de imprensa, em Bruxelas, no dia em que a instituição apresentou uma comunicação para coordenação na UE face à altamente mutante Ómicron, a responsável retratou: “Temos as vacinas, as vacinas que salvam vidas, mas não estão a ser usadas adequadamente”.

Aludindo aos dados mais atuais, Ursula von der Leyen referiu que 77% dos adultos na UE e 66% da população total do espaço comunitário tem a vacinação completa, o que significa que “um terço da população europeia não está vacinada, o equivalente a 150 milhões de pessoas”.

“Isto é muito e nem todos podem ser vacinados – como crianças muito pequenas, por exemplo, ou pessoas com condições médicas especiais –, mas a grande maioria poderia e, portanto, penso que é compreensível e apropriado liderar esta discussão agora, de como podemos encorajar e pensar potencialmente na vacinação obrigatória dentro da UE”, assinalou a presidente da Comissão Europeia.

“Isto precisa de uma abordagem comum, mas é uma discussão que eu penso que tem de ser conduzida”, insistiu Ursula von der Leyen, aludindo ao “enorme custo para a saúde” da covid-19.

Ainda falando à imprensa, a responsável indicou que a UE já passou a barreira dos 250 milhões de casos de infeção e das cinco milhões de mortes devido à doença, causada pelo SARS-CoV-2.

Ursula von der Leyen falou num “cenário já bastante difícil” dificultado pela variante Ómicron, adiantando que esta é uma “guerra contra o tempo”.

A Comissão Europeia pediu esta quarta-feira aos Estados-membros da UE para avançarem com “restrições específicas” e às viagens de zonas arriscadas para conter a variante Ómicron, solicitando ainda campanhas para os não vacinados e doses de reforço.

Numa comunicação esta quarta-feira publicada, a Comissão Europeia exorta os Estados-membros a “intensificar a vacinação, à rápida administração de reforços, à vigilância e à reação rápida face à variante Ómicron”.

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