Por exemplo, o Centro Hospitalar Universitário Lisboa Central tem registado um aumento com cerca de 50 a 60 casos por dia, sendo cerca de cinco, em média, casos de covid-19
Doenças respiratórias, principalmente gripe, estão a provocar um aumento da procura das urgências hospitalares nas últimas semanas, segundo alguns hospitais contactados pela agência Lusa.
O Centro Hospitalar Universitário Lisboa Central (CHULC) tem registado um aumento nas urgências do circuito respiratório, com cerca de 50 a 60 casos por dia, sendo cerca de cinco, em média, casos de covid-19.
“Os restantes são atribuídos essencialmente a gripe ou a gripe A”, disse à Lusa fonte do CHULC, sublinhando que é um número considerado alto para esta época do ano.
O centro hospitalar, que inclui os hospitais São José, Curry Cabral, Santa Marta, Capuchos, D. Estefânia e Maternidade Alfredo da Costa, está também a registar “um recrudescimento de entradas nas urgências em geral”, adiantou a mesma fonte.
Em 14 de março, o CHULC registou nas urgências um total de 866 casos, enquanto em 07 de março, tinha contabilizado 785 casos, em 28 de fevereiro, 781 e em 21 do mesmo mês, 719.
“Tem havido uma subida constante destes números, sendo que uma parte substancial diz respeito ao agravamento das doenças respiratórias”, afirmou a mesma fonte, sublinhando que “a gripe está a subir e a covid-19 a baixar”.
A procura da urgência pediátrica no Hospital D. Estefânia, também está “a subir substancialmente” devido em grande parte à gripe. Em 21 de fevereiro foram registados 282 casos, número que subiu para 358 na segunda-feira.
O Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte (CHULN), que inclui os hospitais Santa Maria e Pulido Valente, também registou este mês um aumento da afluência às várias urgências (adultos, pediatria, ginecologia-obstetrícia e para doenças respiratórias), com uma média de 600 a 700 episódios diários.
No que respeita à procura da urgência para doentes respiratórios, o CHULN observou desde o início de março, uma média de 50 a 70 casos diários, quando na última quinzena de fevereiro, essa média diária tinha variado entre os 30 a 40 casos, segundo dados avançados à Lusa.
“No entanto, é de sublinhar que chegamos a ter entre 130 e 150 casos diários na última semana de 2021 e primeira semana de 2022, estando ainda longe desses valores”, ressalvou o CHULN.
Em relação à Urgência Central de adultos (que não inclui as urgências de pediatria e ginecologia-obstetrícia), dedicada a todas as doenças, exceto a covid-19, o centro hospitalar referiu que “mantém o padrão comum a este inverno, com cerca de 400 a 450 casos diários e uma percentagem alta de doentes mais complexos, muitas vezes a rondar os dois terços do total de atendimentos”.
Segundo o CHULN, são doentes que pela sua complexidade implicam diagnósticos mais diferenciados.
O Hospital Fernando Fonseca (Amadora-Sintra) também registou um aumento de 2,4% do número de episódios respiratórios este mês face ao período homólogo de fevereiro.
O último boletim de vigilância da gripe do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), referente à semana de 28 de fevereiro a 06 de março, indica que a taxa de incidência de síndrome gripal subiu para 15,1 por 100.000 habitantes, numa tendência de atividade gripal crescente.
Neste período, foram registados 165 casos positivos para o vírus da gripe, todos do tipo A. Em 20 dos casos foi identificado o subtipo A(H3N2) e num dos casos o subtipo A(H1N1), refere o INSA, ressalvando que os valores de incidência devem ser interpretados tendo em conta "a reorganização do atendimento ao doente respiratório e a menor população sob observação do que a observada em período homólogo de anos anteriores".
Os valores de vigilância clínica da gripe foram apurados através da rede médicos-sentinela, um sistema de informação constituído por médicos de medicina geral e familiar do continente e das regiões autónomas.