Hospitais de Coimbra com afluência "anormal" ao serviço de urgência

Agência Lusa , BCE
30 mar 2022, 17:52
Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra

O diretor do serviço de urgência do CHUC frisou que estes níveis de afluência comprometem “a capacidade de resposta perante os doentes que chegam” às unidades hospitalares

O serviço de urgência do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) tem registado um volume "anormal" de afluência, idêntico ao período pré-pandemia covid-19, sobretudo devido ao aumento considerável de casos de infeção respiratória.

Segundo o diretor do serviço de urgência, João Porto, a unidade hospitalar tem “notado um acréscimo brutal de doentes com gripe A, que não têm a mesma gravidade da covid-19, mas acabam por motivar muitos internamentos”.

“Atingimos níveis de afluência pré-pandemia, que eram relativamente maus. Chegámos a ter dias, nas segundas-feiras de 7 e 21 de março, que ultrapassámos os 650 doentes por dia e, neste momento, estamos com uma média muito alta de 540 doentes por dia, o que é muito”, salientou o médico.

Falando aos jornalistas, o diretor do serviço de urgência do CHUC frisou que estes níveis de afluência comprometem “a capacidade de resposta perante os doentes que chegam” às unidades hospitalares

“Neste momento, nota-se um aumento das doenças respiratórias, tal como acontece no resto do país, e não notámos, infelizmente, uma redução do número de casos de doentes com covid-19, com o CHUC a ter uma média de 80 a 100 doentes internados”, disse.

Segundo João Porto, a gripe surgiu em força em março, “muito mais do que em janeiro ou fevereiro”.

À data de hoje, o CHUC regista o máximo deste ano em número de doentes internados com gripe A e outras patologias respiratórias.

O diretor do serviço de urgência do CHUC considerou que não há uma resposta adequada dos cuidados de saúde primários, que motiva uma afluência “anormal” às urgências hospitalares, “que estão sempre de portas abertas”.

De acordo com João Porto, cerca de 30% dos doentes que ocorrem ao serviço são considerados não urgentes (pulseiras verdes e azuis), “que poderiam ter tido uma resposta nos cuidados de saúde primários”.

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