No início desta semana, Fernando Alexandre - Ministro da Educação, Ciência e Inovação, deu conta de que “temos uma rede de ensino superior muito fragmentada”, sendo por isso a favor de uma reestruturação ou, se quisermos, uma consolidação, da rede de instituições de ensino superior, designadamente composto por universidades de politécnicos.
Vejamos que este tema não é de agora, pois já havia sido falado em anteriores governos, mas volta a ser um tema de agora. Muito provavelmente, talvez seja neste novo governo que se reproduzam tais alterações de estrutura e forma.
Inevitavelmente, associamos automaticamente os conceitos de integrações e fusões às empresas/organizações. Tais derivam de opções estratégicas de negócio, com o propósito de congregar vantagens e benefícios, tanto para as empresas/organizações em questão, bem como para os parceiros e o mercado global.
Retomando o assunto que volta a estar na agenda do atual Ministério da Educação, Ciência e Inovação, estou em crer e acreditar que a médio-longo prazo poderá ser uma estratégia para a consolidação de algumas universidades e politécnicos, tornando-se mais eficientes e competitivas, quer interna quer externamente: posicionamento e reconhecimento. Seja a nível de captação de estudantes, seja a nível de consórcios para projetos (I&D, Erasmus, entre outros), seja a nível de otimização de recursos e custos. Além disso, é de destacar os desafios e oportunidades que possam emergir, dando o exemplo da modernização e valorização da rede de ensino superior em Portugal.
Não obstante, será necessário identificar, analisar e avaliar eventuais desvantagens e riscos que possam advir no futuro, tais como: rebranding institucional/académico, aculturação organizacional/académica dificultada derivada pela resistência à mudança (docentes, estudantes e funcionários), perda de autonomia, custos de integração/fusão e desigualdades regionais e políticas.
Não será Portugal um pequeno país (em termos territoriais, demográficos e geográficos) para tantas universidades e politécnicos, sabendo-se que a maioria dos quais com ofertas formativas similares e muitas vezes iguais, e tão (nalguns, não raros casos) vizinhos?