Suspenso docente da Universidade de Aveiro que disse à TVI ser homofóbico

4 jul 2022, 15:24

Professor agora suspenso fez apelos à violência. Há mais de um ano que os estudantes faziam queixas à reitoria

Foi suspenso o docente da Universidade de Aveiro que confirmou à TVI ser homofóbico. O anúncio foi feito pelo reitor aos alunos durante uma manifestação organizada contra Paulo Lopes, professor agora alvo de um processo disciplinar.

Há mais de um ano que os estudantes faziam queixas à reitoria a dar conta das publicações com teor discriminatório que o docente do departamento de Física fazia nas suas redes sociais. Em declarações à TVI (do mesmo grupo da CNN Portugal), Paulo Lopes admitiu ser "homofóbico" e, quando confrontado com o facto de a discriminação ser crime em Portugal, afirmou: "Então façam queixa à polícia e prendam-me". Mais: "há muita coisa que só se resolve com violência", sugeriu, acrescentando que as suas opiniões são estritamente pessoais e não interferem com a atividade profissional. 

O ambiente entre a comunidade estudantil é de revolta: os alunos dizem que se trata de algo inaceitável e até legalmente censurável. O docente desvalorizou as críticas dos estudantes da universidade, classificando-as como uma "lengalenga desse tipo de gente e desse tipo de ideologia". "Essa gente que faz parte dessa organização terrorista que está a ser publicitada largamente em Portugal", acrescentou, clarificando que a organização a que se refere inclui "organizações LGBTQ, mais pedófilos, mais assassinos em série." 

Reitor da Universidade diz que agiu "o mais rapidamente possível"

O anúncio da suspensão do respetivo professor foi feito esta segunda-feira de manhã pelo próprio reitor da universidade, durante uma manifestação dos estudantes que protestavam contra o facto de o docente se manter em funções. O reitor, Paulo Jorge Ferreira, justificou a decisão com a "natureza das declarações, a forma como afetaram o ambiente da universidade, o conflito óbvio entre os valores da universidade e a falta de valores que essas declarações implicam", bem como o "impacto sobre a imagem" da instituição.

"Em termos gerais, respeitamos sempre o direito à liberdade de expressão. Contudo, quando há afirmações do ponto de vista legal que nem sequer têm cabimento, há que tomar ações", frisou o reitor, distanciando assim a instituição da posição do docente em causa.

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