"O MPLA não ganhou": UNITA não reconhece resultados das eleições

26 ago 2022, 19:05

"As discrepâncias dos mandatos atribuídos à UNITA pela CNE são brutais." Partido liderado por Adalberto da Costa Júnior pede que comissão internacional verifique a contagem

A UNITA anunciou esta sexta-feira que não reconhece os resultados das eleições do dia 24 de agosto, que deram a vitória ao MPLA em Angola. "Não existe a menor dúvida em afirmar, com toda a segurança, que o MPLA não ganhou as eleições do dia 24 de agosto", afirmou Adalberto Costa Júnior em conferência de imprensa. "A UNITA não reconhece os resultados provisórios divulgados pela CNE."

Costa Júnior referiu que a UNITA criou um escrutínio paralelo "para proteger o voto do povo do assalto daqueles que ainda não entenderam o conceito de democracia", e que os dados do partido são significativamente diferentes dos da Comissão Nacional de Eleições de Angola.

"As discrepâncias dos mandatos atribuídos à UNITA pela CNE são brutais", afirmou o líder do maior partido da oposição. Costa Júnior deu vários exemplos das alegadas diferenças do número de votos atribuídos à UNITA, incluindo na região de Luanda. Segundo o líder político, as atas síntese na posse da UNITA revelam que o partido obteve 1.417.447 votos na região da capital, o que corresponde a 70% dos votos. Estes dados contrariam os da CNE, que revelam que o partido fundado por Jonas Savimbi obteve 1.230.217 votos, cerca de 137 mil votos a menos, o que corresponde a 62,59% do total dos votos no círculo eleitoral de Luanda.

Num curto discurso, Adalberto Costa Júnior lançou duros ataques ao partido do presidente João Lourenço. "Sabíamos dos desafios que este partido-Estado iria colocar no caminho do movimento para a mudança. O país acompanhou os ataques multiformes a que fomos sujeitos. Contudo, com a força do povo resistimos e vamos fazer história. Porque a soberania pertence ao povo", elencou o líder da oposição.

"O partido-Estado teima em não compreender que a soberania pertence ao povo", acusou Costa Júnior, que desafiou a CNE, "em nome da verdade, a aceitar a estruturação de uma comissão, com representação internacional, para ser feita a comparação das atas síntese em posse da CNE com as atas em posse dos partidos políticos".

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