Parlamento Europeu aprova documento contra competições como a Superliga

23 nov 2021, 16:59
O Parlamento Europeu em Estrasburgo

O documento aprovado esta terça-feira, redigido pelo eurodeputado e ex-jogador polaco Frankowski, mostra-se contra «competições dissidentes» e rejeita atribuição de eventos a «países que violem direitos humanos».

O Parlamento Europeu (PE) aprovou esta terça-feira um relatório sobre a política desportiva na União Europeia (EU), com competições baseadas «na solidariedade, inclusividade e mérito desportivo» e protegidas de «ameaças como uma Superliga Europeia».

O documento, redigido pelo eurodeputado e ex-jogador polaco, Tomasz Frankowski, foi aprovado com 597 votos a favor, 36 contra e 55 abstenções, e opõe-se ao aparecimento de«competições dissidentes», bem como rejeita a atribuição de eventos desportivos «a países que violem os direitos humanos».

«O desporto mantém-nos felizes, saudáveis e permite-nos aprender ao longo das nossas vidas. É também um ramo importante da economia, representando quase 3 por cento do PIB da UE, e precisa de mais visibilidade e mais ação a nível europeu. O nosso principal desafio é promover um modelo desportivo europeu e protegê-lo de ameaças como uma Superliga», disse Frankowski, relator do «Política desportiva da UE: avaliação e eventual rumo futuro».

O Parlamento Europeu defendeu ainda o reforço das ligações entre o desporto de base e o desporto de elite, e desafiou as federações a aplicarem um «mecanismo de solidariedade baseado numa grelha de repartição justa e vinculativa que assegure financiamento adequado do desporto amador e de base».

«As federações nacionais devem caminhar para um nivelamento dos prémios das e dos atletas, seguindo o exemplo da Federação de Futebol da Irlanda, em que seja dedicada especial atenção à luta contra todas as formas de violência e assédio, os estereótipos de género, a falta de visibilidade e cobertura mediática e as disparidades em matéria de salários, prémios e decisões», lê-se num comunicado do Parlemento Europeu. 

Para o parlamento, os grandes eventos desportivos devem deixar de ser atribuídos a países em que os direitos e valores fundamentais são repetidamente violados como é o caso do Qatar. 

«As autoridades públicas e as federações e organizações desportivas devem defender os direitos humanos e os princípios democráticos em todos os seus atos, especialmente quando escolhem o organizador de um grande evento desportivo ou os patrocinadores, dando especial atenção às condições de trabalho das pessoas que constroem as infraestruturas», pode ainda ler-se no documento.

 

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