Um terço dos gestores europeus é do sexo feminino. Conheça as principais diferenças entre homens e mulheres no mercado de trabalho

30 nov 2022, 08:00
Campanha contra a desigualdade de género

Em Portugal as mulheres recebem, em média, menos 11,4% do que os homens. Esta é uma tendência presente em todos os Estados-membros da União Europeia, embora as mulheres também saiam penalizadas noutros aspetos do mercado laboral

Em média, na União Europeia (UE) apenas um terço dos gestores é composto por mulheres, concluiu esta terça-feira o Eurostat.

Segundo dados do gabinete estatístico europeu, os homens (65%) tendem a ocupar cargos mais elevados em relação aos seus pares do sexo feminino, sendo que estas representam pouco mais de um terço dos gestores a nível europeu (35%), segundo dados de 2021.

No caso de Portugal, a dimensão de mulheres em cargos de gestão supera ligeiramente a média europeia (37,9%), embora os homens continuem a ocupar mais de metade destas posições (62,1%).

Ao analisar individualmente cada país, é possível confirmar que a percentagem de mulheres em cargos de gestão não ultrapassou os 50% em nenhum Estado-Membro, sendo que a maior proporção de mulheres nesta situação foi registada na Letónia (46%), Polónia e Suécia (43%), bem como na Estónia (41%).

Já os Estados-membros com a menor participação de mulheres em cargos de gestão verificou-se em Chipre (21%), no Luxemburgo (22%) e nos Países Baixos (26%).

Homens e Mulheres em cargos de gestão por percentagem (2021). Fonte: Eurostat

 

Emprego

Também no que diz respeito à empregabilidade, homens e mulheres não se encontram no mesmo patamar. Em média, a taxa de emprego para pessoas entre os 18 e os 64 anos na UE, em 2021, foi mais elevada para os homens (76%) em relação às mulheres (66%). No entanto, esta diferença acentua-se consoante o número de filhos.

Em Portugal, enquanto os homens sem filhos possuem uma taxa de empregabilidade de 70,7%, a empregabilidade das mulheres na mesma situação é de 66,4%. Se analisarmos as pessoas com um filho, então a taxa de empregabilidade dos homens situa-se nos 82,4% contra 73,8% nas mulheres. Já no grupo de pessoas com três ou mais filhos, a disparidade na empregabilidade volta a acentuar-se, com uma taxa de empregabilidade masculina de 87,6%, face a uma taxa de 78,1% para as mulheres.

O gabinete estatístico aponta ainda que este padrão se verifica na grande maioria dos Estados-membros.

Trabalho em part-time

Na UE mais de um quarto das mulheres - 29% - trabalha em regime part-time, no entanto, esta situação apenas se verifica em 8% dos homens. Em Portugal esta diferença é menos acentuada, com 8,2% das mulheres a trabalhar a tempo parcial, contra 4,3% dos homens.

A nível europeu, a percentagem de mulheres em part-time é mais elevada nos Países Baixos (61%), Áustria (50%), Alemanha (48%) e Bélgica (39%), enquanto os Países Baixos e a Áustria são os países a registar a maior proporção de homens nesta condição, com 20% e 11%, respetivamente.

O país com a menor percentagem tanto de homens como mulheres a trabalhar a tempo parcial é a Bulgária, com 2% de mulheres e 1% de homens.

Desemprego

Também a taxa de desemprego afeta desproporcionalmente ambos os sexos, sendo que em 2021 a taxa de desemprego de pessoas entre os 15 e os 74 anos era de 7,4% nas mulheres contra 6,7% nos homens. Esta tendência verificou-se em 14 Estados-membros, ao passo que outros 12 verificaram a tendência oposta, ou seja, uma situação onde existem mais homens desempregados do que mulheres. Na Polónia, a proporção de homens e mulheres desempregados é igual.

A Grécia é o país onde o sexo feminino é mais penalizado, no que diz respeito à diferença entre a taxa de desemprego feminina (18,9%) e masculina (11,4%), seguida de Espanha (16,7% contra 13,1%). Já a Letónia é o país onde os homens são mais penalizados, registando a maior diferença entre a taxa de desemprego masculina (8,5%) e feminina (6,6%).

Em Portugal, a taxa de desemprego feminina situa-se nos 6,9% contra 6,3% no caso dos homens.

Taxa de desemprego por percentagem da população ativa entre os 15 e os 74 anos (2021). Fonte: Eurostat

 

Salários

Em média, as mulheres na UE recebem menos 13% em relação aos homens, sendo que para este cálculo foi contabilizado o rendimento médio bruto por hora. Esta tendência verificou-se em todos os Estados-membros.

No caso português, esta diferença situa-se nos 11,4%, colocando Portugal no meio da tabela. A maior diferença, contudo, foi observada na Letónia (22,3%), Estónia (21,1%), Áustria (18,9%) e Alemanha (18,3%). Por sua vez, os Estados-membros com a menor diferença no rendimento entre homens e mulheres são o Luxemburgo (0,7%), a Roménia (2,4%) e a Eslovénia (3,1%).

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