Direita sobe toda no último dia de uma sondagem diária que durou duas semanas. Veja os resultados a dois dias da decisão
Último dia de Tracking Poll e uma tendência que se mantém: se fosse hoje, a Aliança Democrática (AD) iria vencer as eleições com ampla vantagem, embora isso não chegue para uma maioria absoluta.
De acordo com a última sondagem diária feita pela Pitagórica para a CNN Portugal, a coligação liderada por Luís Montenegro voltou a subir, alcançando o melhor resultado em seis dias, mesmo que não se aproximando do melhor que conseguiu.
A AD termina estas duas semanas de inquérito com 33,2% das intenções de voto, depois de ter subido 1,3 pontos percentuais ao 15.º dia de uma campanha que acabou em torno do Chega e, sobretudo, de André Ventura (já vamos ver com que efeitos).
A coligação entre PSD e CDS fica, portanto, consideravelmente acima dos 28,84% que conseguiu em 2024, mas abaixo dos 34,8% com que iniciou a campanha.
O PS também subiu, só que aconteceu ao partido de Pedro Nuno Santos o que tantas vezes se viu por estes dias: a subida, quando surgiu, quase nunca foi suficiente para subir mais que a AD.
Desta vez são mais 0,4 pontos percentuais, o que deixa o PS nos 25,6%, bem longe dos 28% obtidos em 2024, e que não chegaram para vencer as eleições desse ano. É também abaixo dos 28,1% que tinha no primeiro dia de Tracking Poll.
Mas olhemos para André Ventura, figura central da última semana de campanha à boleia de duas indisposições em três dias. Com mais ou menos polémica nas redes sociais sobre quão proveitosos podiam ser estes casos para o Chega, as sondagens mostram que foram mesmo.
Quase sempre a subir desde o primeiro dia, mesmo que descendo aqui e ali, o Chega fecha com 19,2% nas intenções de voto, bem acima dos 15,4% com que começou a sondagem diária.
O partido de André Ventura estabiliza-se com mais 0,1 pontos percentuais, numa sondagem que já tem em conta ambos os episódios de saúde do líder do Chega. Se fechasse assim, é bem provável que os atuais 50 deputados passem a ser mais, já que em 2024 a votação foi de 18,07%.
Bom fecho também para a Iniciativa Liberal, ainda que acabe bem longe dos 7,4% com que começou a 2 de maio. O partido de Rui Rocha fecha a Tracking Poll a subir 0,2 pontos percentuais, para 5,8%, acima dos 4,94% de 2024, o que deixa sonhar com um cenário de grupo parlamentar de dois dígitos.
É, em todo o caso, uma forte queda face aos 7,4% com iniciou a sondagem diária.
Mesmo no encalce dos liberais está o Livre, mesmo que acabe a descer 0,4 pontos percentuais. O partido liderado por Rui Tavares termina com 5,1% - acima dos 4,4% com que começou -, o que dá força ao vaticínio deixado no último dia de campanha: tornar-se na quarta força política.
É que até o pior cenário, com um mínimo de 3,6%, é superior aos 3,16% de 2024.
Mais preocupante é a situação do resto da esquerda, sobretudo para o Bloco de Esquerda. O partido de Mariana Mortágua começou com apenas 1,9% e até conseguiu subir, mas timidamente, até porque fechou a perder 0,4 pontos percentuais. Os 2,2% com que termina a Tracking Poll estão bastante abaixo dos 4,36% das últimas eleições. De resto, a margem máxima dá apenas 3,2%, o que aponta para um cenário muito real de perda de na intenção de voto.
No caso da CDU, mantém-se o que se verificou ao longo de todos os 15 dias. Sobe aqui, desce ali, nunca muito. Acaba a descer 0,3 pontos percentuais, o que também explica a diferença entre os 4,1% iniciais e os 3% com que acaba, não muito longe dos 3,17% que obteve nas últimas eleições.
Por último, o PAN entra mesmo para sobreviver, acabando a Tracking Poll com 1,3%. Ainda que bem acima dos 0,6% com que iniciou, fica bastante abaixo dos 1,95% de 2024, o que deixa o lugar de Inês Sousa Real no Parlamento em risco.
A Tracking Poll acaba também com menos indecisos. São agora 17% de inquiridos que ainda não sabem o que vão fazer no domingo, num número maior que o inicial, que era de 15,4%.
Ficha técnica
Durante 4 dias (12 ,13,14 e 15 de maio de 2025) foram recolhidas diariamente pela Pitagórica para a TVI, CNN Portugal, TSF e JN um mínimo de 202 a 203 entrevistas (dependendo dos acertos das quotas amostrais) de forma a garantir uma sub-amostra diária representativa do universo eleitoral português (não probabilístico). Foram tidos como critérios amostrais o Género, 3 cortes etários e 20 cortes geográficos (Distritos + Madeira e Açores). O resultado do apuramento dos 4 últimos dias de trabalho de campo, resultou numa amostra de 810 entrevistas que para um grau de confiança de 95,5% corresponde a uma margem de erro máxima de ±3,51.
A seleção dos entrevistados foi realizada através de geração aleatória de números de “telemóvel” mantendo a proporção dos 3 principais operadores móveis. Sempre que necessário foram selecionados aleatoriamente números fixos para apoiar o cumprimento do plano amostral. As entrevistas são recolhidas através de entrevista telefónica (CATI – Computer Assisted Telephone Interviewing).
O estudo tem como objetivo avaliar a opinião dos eleitores portugueses, sobre temas relacionados com as eleições, nomeadamente os principais protagonistas, os momentos da campanha bem como a intenção de voto dos vários partidos. Foram realizadas 1569 tentativas de contacto, para alcançarmos 810 entrevistas efetivas, pelo que a taxa de resposta foi de 51,63%. A ficha técnica completa, bem como todos os resultados, foram depositados junto da ERC - Entidade Reguladora da Comunicação Social que os disponibilizará para consulta online.