Governo diz que sempre se precaveu "sobre quem faz" acolhimento de refugiados

Agência Lusa
5 mai 2022, 18:06
Mariana Vieira da Silva, ministra da Presidência (LUSA/ Miguel A. Lopes)

Mariana Vieira da Silva garantiu que, quando ainda tutelava a pasta das Migrações, no anterior governo, não recebeu denúncias de associações ucranianas

A ministra do Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva, defendeu, esta quinta-feira, que o Governo se precaveu sempre “sobre quem faz” o acolhimento dos refugiados, e referiu que, quando ainda tutelava a pasta das Migrações, não recebeu denúncias de associações ucranianas.

“O Governo, neste e noutros processos de acolhimento de refugiados, sempre teve em conta a necessidade de se precaver sobre quem faz esse acolhimento e sempre atuou recorrendo aos órgãos que o Estado português tem que acompanham estes assuntos, para garantir que o acolhimento era feito da melhor maneira”, frisou Vieira da Silva no ‘briefing’ do Conselho de Ministros, que decorreu hoje no antigo Ministério do Mar, em Algés. 

Questionado pelos jornalistas se, no anterior Governo, quando a ministra da Presidência ainda tutelava a pasta das Migrações, recebeu alguma denúncia de uma associação ucraniana no que se refere a acolhimento de refugiados por cidadãos russos, Mariana Vieira da Silva respondeu: “Denúncias no sentido que pergunta não, mas havendo notícias públicas houve naturalmente uma resposta do Governo como neste momento também existe”. 

A governante realçou que, “ainda antes do primeiro acolhimento” de refugiados ucranianos, “houve logo a preocupação de agir no sentido dos temas que agora estão em discussão pública”. 

A ministra destacou que, a 30 de março, quando foram lançadas, pela Rádio Renascença “notícias públicas antes da tomada de posse deste novo Governo” “houve trabalho em função dessas notícias e até resposta, na altura, face a essas notícias”. Em questão estava a saída de pelo menos 2.448 ucranianos de Portugal, depois de terem pedido proteção temporária. 

As declarações de Mariana Vieira da Silva ocorrem depois dos acontecimentos noticiados pelo jornal Expresso, na passada quinta-feira. Segundo o que o jornal apurou, ucranianos foram recebidos na Câmara de Setúbal por russos simpatizantes do regime de Vladimir Putin, que fotocopiaram documentos dos refugiados da guerra iniciada em 24 de fevereiro com a invasão militar russa da Ucrânia. 

De acordo com a notícia, pelo menos 160 refugiados ucranianos já teriam sido recebidos pelo russo Igor Khashin, membro da Associação dos Emigrantes de Leste (Edintsvo) e antigo presidente da Casa da Rússia e do Conselho de Coordenação dos Compatriotas Russos, e pela mulher, Yulia Khashin, funcionária do município. 

O Expresso acrescenta, ainda que a Edintsvo foi subsidiada desde 2005 até março passado pela Câmara de Setúbal, e Igor Kashin e Yulia Khashin terão também questionado os refugiados sobre os familiares que ficaram na Ucrânia. 

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