O que já se sabe das sanções que a União Europeia vai aplicar à Rússia

22 fev 2022, 12:34

Várias personalidades devem vir a ser afetadas pelo pacote europeu, incluindo políticos russos. São ainda esperadas sanções para várias entidades russas

Os presidentes da Comissão Europeia e do Conselho Europeu divulgaram esta terça-feira quais vão ser as primeiras sanções a aplicar à Rússia, bem como os alvos, depois de o país ter reconhecido como independentes as autoproclamadas repúblicas de Donetsk e Lugansk. Segundo um comunicado partilhado pela presidente da Comissão Europeia, o reconhecimento e o envio de tropas para certas áreas da região de Donbass é "ilegal e inaceitável".

Assim, Ursula von der Leyen confirmou que as sanções têm por objetivo atingir a Rússia de forma financeira e militar e serão aplicadas contra:

  • Os que se envolveram na “decisão ilegal” de reconhecer Donetsk e Lugansk como independentes;
  • Os bancos que estão a financiar o exército russo e outras operações naquele território;
  • Atingir a habilidade do governo e Estado russos de acederem a capital da União Europeia e aos mercados e serviços financeiros, e limitar o financiamento de políticas agressivas e que aumentem a tensão;
  • Atingir o comércio das duas regiões de e para a União Europeia, assegurar que os responsáveis claramente sentem as consequências ecomómicas das suas “ações ilegais e agressivas”.

"Ambos os presidentes pedem unidade aos Estados-membros e a determinação para reagir com robustez e rapidez às ações ilegais da Rússia", pode ler-se no comunicado.

De acordo com a CNN Internacional, que cita um diplomata europeu, em cima da mesa estão sanções a 27 personalidades e entidades, incluindo políticos, propagandistas, pessoal militar e entidades financeiras que estarão ligadas a “atividades ilegais”.

Foi ainda apresentada uma proposta de sanção para os 351 deputados que passaram o reconhecimento da independência de Donetsk e Lugansk, além de sanções aos 11 deputados que elaboraram a mesma proposta.

Ainda de acordo com Ursula von der Leyen, está prevista uma reunião para as 16:00 desta terça-feira (15:00 em Portugal Continental), na qual vão estar os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia, que vão tabelar formalmente um primeiro pacote de sanções.

Sem prejuízo das medidas que vão sair dessa reunião, a União Europeia afirma estar "preparada" para adotar medidas adicionais numa fase posterior, caso venha a ser necessário, dependendo dos desenvolvimentos que se venham a verificar.

"A União Europeia continua totalmente solidária com a Ucrânia e unida no suporte à sua soberania e integridade territorial. Estamos com a Ucrânia e o seu povo e vamos continuar a apoiá-los", acrescenta a nota.

Ainda antes do comunicado europeu, o chanceler alemão fez saber que foi suspenso o processo de certificação do gasoduto Nord Stream 2, que visava a importação de gás natural da Rússia para a União Europeia.

Reino Unido define bancos e oligarcas como alvos

O Reino Unido vai sancionar cinco bancos russos e três oligarcas. A confirmação foi dada pelo primeiro-ministro britânico, que anunciou o congelamento de bens e a proibição de viagens para o país no caso dessas três personalidades, identificadas como Gennady Timchenko, Boris Rotenberg e Igor Rotenberg.

"Quaisquer bens que tenham no Reino Unido vão ser congelados, vão ser proibidos de viajar e vamos proibir todos os cidadãos e entidades britânicos de terem relações comerciais com eles", afirmou Boris Johnson.

Gennady Timchenko é considerado pela Forbes como o 78.º mais rico do mundo, o sexto da Rússia, fazendo fortuna através do Volga Group, que detém participação em vários negócios, com destaque para a energia e os transportes. Tem uma fortuna avaliada em 20 mil mihões de euros. É considerado como uma pessoa próxima de Vladimir Putin, e é alvo de sanções dos Estados Unidos desde 2014, ano da anexação da Crimeia.

"Quaisquer bens que tenham no Reino Unido vão ser congelados, vão ser proibidos de viajar e vamos proibir todos os cidadãos e entidades britânicos de terem relações comerciais com eles", afirmou Boris Johnson.

Gennady Timchenko é considerado pela Forbes como o 78.º mais rico do mundo, o sexto da Rússia, fazendo fortuna através do Volga Group, que detém participação em vários negócios, com destaque para a energia e os transportes. Tem uma fortuna avaliada em 20 mil mihões de euros. É considerado como uma pessoa próxima de Vladimir Putin, e é alvo de sanções dos Estados Unidos desde 2014, ano da anexação da Crimeia.

Quanto a Igor e Boris Rotenberg, são dois empresários ligados à energia, nomeadamente ao petróleo e gás natural. A relação de parentesco é de sobrinho e tio, respetivamente, e acumulam uma fortuna que ultrapassa os dois mil milhões de euros. Ambos são conhecidos por ligações a Vladimir Putin, e o tio também foi alvo de sanções norte-americanas em 2014.

Já os bancos são o Rossiya, IS Bank, General Bank, Promsvyazbank e o Black Sea Bank.

Falando na Câmara dos Comuns, Boris Johnson disse que esta é a "primeira tranche" de medidas em resposta às últimas ações russas.

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