Três relatos de violência extrema e uma declaração: "Nunca esquecerei". Bucha, a nova cidade-mártir da guerra

5 abr 2022, 17:59

Volodymyr Zelensky, Rosemart DiCarlo e Dmytro Kuleba expuseram em poucos dias atos do exército russo que a Ucrânia e grande parte do mundo querem ver julgados como crimes de guerra. As descrições são gráficas: "Nunca esquecerei", reagiu Guterres. Depois de Mariupol, Bucha é a nova cidade-mártir

O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky descreveu esta terça-feira, durante as declarações no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) em Nova Iorque, crimes de guerra do exército russo na cidade de Bucha, chegando mesmo a comparar as forças russas com o grupo terrorista Daesh.

Zelensky aproveitou para lembrar a memória dos civis “alvejados na nuca depois de dias de tortura”, alguns deles mortos na rua. O presidente ucraniano revelou que os militares da Rússia fizeram todos aqueles crimes por "prazer", relatando que muitas mulheres "foram violadas e mortas em frente às crianças". "As suas línguas foram puxadas só porque os agressores não as queriam ouvir. Cortaram membros, cortaram gargantas", continuou Zelensky.

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, anunciou que já foi pedida uma investigação independente à situação ocorrida em Bucha. "Nunca esquecerei as imagens horríveis de civis mortos em Bucha", disse Guterres.

Também a subsecretária-geral da ONU para assuntos políticos e de construção da paz, Rosemary DiCarlo, falou no conselho, revelando os testemunhos de violência sexual cometidos pelas forças russas. "Violações em grupo e violações à frente de crianças”, adiantou Rosemary DiCarlo, explicando que também há denúncias de "violência sexual por parte das forças ucranianas e milícias de defesa civil.”

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba, denunciou no domingo um “massacre deliberado” em Bucha, a cidade que fica a poucos quilómetros de Kiev e foi recapturada pelos ucranianos ao exército russo. Foram descobertos muitos cadáveres de civis. As reportagens feitas pelos repórteres da CNN Portugal mostraram um cenário de completa destruição. 

Europa

Mais Europa

Patrocinados