Ucrânia acusa Rússia de usar bomba de fragmentação em Pokrovsk: é proibido usar esta arma que faz das crianças as principais vítimas

5 mar 2022, 00:42
Investigação a alegados crimes de guerra da Rússia já começou

Resolução de 2008 das Nações Unidas proibiu o uso destas bombas

As forças armadas da Ucrânia acusaram esta sexta-feira a Rússia de usar uma bomba de fragmentação em Pokrovsk, localidade da região de Donetsk mas ainda controlada pela Ucrânia. Segundo a Amnistia Internacional, o uso deste tipo de explosivo contra civis constitui um crime de guerra. Apesar de o Kremlin negar o uso destas bombas, as autoridades ucranianas dizem já ter recolhido provas de que as tropas russas as lançaram sobre alvos não militares.

À CNN Portugal, o diretor executivo da Amnistia Internacional Portugal explicou em que consistem estas bombas e qual o enquadramento legal das mesmas. Nas investidas da Rússia, diz Pedro Neto, “estão a ser usadas bombas de fragmentação, que são bombas que têm outras bombas dentro e que, ao explodirem todas, vão espalhar-se e fragmentar-se e fazer mais explosões”.

As bombas de fragmentação estão proibidas por uma resolução das Nações Unidas aprovada em 2008. "Este tipo de bombas de fragmentação tem um tratado próprio com 11 anos e que dava um limite de tempo, de dez anos, para os exércitos deixarem de as usar, mas já passaram 11 anos e não há qualquer desculpa ou justificação para continuarem a ser usadas", sublinha Pedro Neto.

Mas o problema não acaba com o fim do conflito. Os pequenos explosivos podem permanecer intactos durante anos em qualquer condição, mas qualquer toque pode fazê-los rebentar. A resolução das Nações Unidas cita a Unicef, que afirma que a maior parte das vítimas destes pequenos explosivos são crianças, “que costumam confundir as cores brilhantes dos objetos com brinquedos”, facto que tornou imperativa a ilegalização do uso destas bombas mesmo em tempo de guerra.

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