“Mariupol vai ser a Estalinegrado desta guerra”

13 mar 2022, 20:06
Maternidade em Mariupol era base militar de radicais, acusam russos. Há uma criança entre as vítimas mortais

Major General Agostinho Costa diz-se apreensivo com o destino de Mariupol. Ao contrário do que provavelmente vai acontecer em Kiev, diz, em Mariupol “os russos vão combater casa a casa”. Pode ser “uma mortandade”

“Mariupol vai ser a Estalinegrado desta guerra”, antecipa o major general Agostinho Costa, em entrevista à CNN Portugal. “Vai ser uma batalha de ruas, na minha opinião. Os russos vão combater casa a casa. Vai ser uma mortandade.”

A comparação é feita com a Batalha de Estalinegrado, o mais sangrento combate terrestre da Segunda Guerra Mundial: entre o verão de 1942 e fevereiro de 1943, os confrontos entre o exército nazi e seus aliados, e as tropas soviéticas, acabou com uma derrota da Alemanha, mas só depois de combates violentos, muitos em zonas fechadas, que terão causada cerca de dois milhões de mortos.

Não é tanto pela dimensão, mas pela natureza do combate que o especialista estabelece a comparação. Mariupol resiste como espaço de resistência no sudeste da Ucrânia, na região costeira do sul do país, que está tomado pela Rússia.

A cidade da Ucrânia está cercada há 12 dias, sofre bombardeamentos, está numa situação crítica e é descrita como “um inferno”. Já houve tentativas falhadas de evacuação de Mariupol, mesmo se o presidente Zelenski garantiu este domingo que foram retiradas 125 mil pessoas da região.

As autoridades de Mariupol disseram este domingo que, só nas 24 horas anteriores, a cidade foi alvo de 22 bombardeamentos russos, contabilizando em 2.200 o número dos já morreram desde o início da invasão: “Até à data, 2.1887 residentes de Mariupol morreram na sequência de ataques coordenados pela Rússia”, anunciaram os autarcas da cidade. “A situação em Mariupol continua muito difícil”, acrescentaram.

“A cidade permanece sem eletricidade, sem água e quase sem comunicações nem comida”.

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