Kherson caiu, Kharkiv está destruída, Kiev aguarda. O dia 8 da guerra até agora

3 mar 2022, 14:15

A invasão da Ucrânia pela Rússia entrou na segunda semana. A coluna militar russa fez poucos avanços e continua a 30 quilómetros da capital ucraniana. Esta quinta-feira, Ucrânia e Rússia voltam à mesa das negociações, no mesmo dia em que o chefe da diplomacia da UE pede um "cessar-fogo imediato". ONU estima que um milhão de ucranianos já tenham saído do país

  •  A coluna militar russa de 64 quilómetros, que está parada a norte da capital da Ucrânia, fez poucos progressos nos últimos três dias e permanece a mais de 30 quilómetros de Kiev. Segundo os Serviços Secretos Britânicos, o avanço russo tem sido adiado pela "firme resistência ucraniana e avarias mecânicas".
  • As tropas russas invadiram a sede do governo de Kherson, o maior centro urbano capturado pelas forças russas desde que a invasão começou. Uma captura que a Rússia tinha anunciado na manhã de quarta-feira, mas que Kiev só confirmou esta madrugada. 
  • Durante a madrugada, as sirenes foram uma constante nas cidades mais estratégicas, como Kiev, Kharkiv, Kherson ou Mariupol, que foram cercadas ou alvo de bombardeamentos das tropas russas. Na capital ucraniana foram ouvidas quatro explosões durante a madrugada, mas o governador da cidade garantiu que as mesmas tiveram origem nos sistemas de defesa anti-aérea.
  • Mais três civis morreram nos ataques a Kharkiv, elevando para 37 o número de vítimas mortais dos bombardeamentos das últimas 24 horas. Os serviços de emergência dão conta da destruição de mais 30 habitações, carros e outros bens. Além dos três mortos, sete pessoas ficaram feridas e dez foram retiradas dos escombros. 
  • O governador de Odessa, porto estratégico da Ucrânia, confirmou que há navios russos a caminho da terceira maior cidade ucraniana. Antes da chegada das forças russas, os ucranianos continuam a resistir às tropas russas, organizaram-se para fornecer ajuda humanitária e montaram trincheiras e barricadas para defender os edifícios da cidade.
  • O presidente ucraniano dirigiu-se à nação e ao mundo esta manhã, num novo vídeo divulgado nas suas redes sociais, garantindo que as linhas de defesa estão a aguentar os ataques russos e que estes não deram tréguas desde a meia-noite.
  • Novas imagens de satélite divulgadas pela empresa privada Maxar Technologies retratam a destruição dos primeiros dias de invasão. As imagens, divulgadas hoje, foram capturadas na segunda-feira e mostram pontes destruídas, zonas residenciais e fábricas atingidas, veículos queimados e longas filas à porta de supermercados.
  • O ministro dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov, disse acreditar que alguns líderes europeus estão a preparar-se para a guerra contra a Rússia e acusou o presidente ucraniano Volodymy Zelensky de presidir a "uma sociedade onde o nazismo está a florescer".
  • A segunda ronda de negociações entre a Rússia e a Ucrânia estava marcada para as 12:00 na Bielorrússia. No entanto, o encontro foi adiado para as 14:00. A delegação da Ucrânia viajou de helicóptero para o encontro e, numa publicação no Twitter, revelou que o primeiro ponto das negociações vai ser a criação de corredores humanitários.
  • Autoridades dos Estados Unidos deixaram o alerta de que a Rússia poderá estar a mudar a estratégia de ataque. Os oficiais dizem que as tropas atingirão cada vez mais alvos civis, procurando uma "aniquilação lenta".
  • A Hungria está contra a proposta de "proteção temporária" dos refugiados ucranianos, uma vez que considera que existem já "regras claras de asilo" em funcionamento na União Europeia. A medida de "proteção temporária" da UE prevê autorização de residência e acesso a emprego e à segurança social. 
  • O Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados informou hoje que, em apenas sete dias, a invasão russa da Ucrânia causou mais de um milhão de refugiados.
  • O ministro ucraniano dos Negócios Estrangeiros, Dmytro Kuleba, diz que a Rússia estará a preparar-se para encenar um ataque das forças armadas da Ucrânia à aldeia russa de Popovka.
  • Os civis ucranianos podem, a partir de agora, disparar sobre os "ocupantes russos", determinou o governo ucraniano, em conselho de ministros, numa atualização à lei marcial que vigora no país.
  • Uma equipa do Tribunal Penal Internacional está a caminho da Ucrânia para recolher provas de que possam estar a ser cometidos crimes de guerra, crimes contra a humanidade e genocídio. Os peritos partiram de Haia, nos Países Baixos, e a investigação vai ter em conta os dois lados e não apenas a Rússia.
  • A ONU confirmou a morte de 227 civis na Ucrânia, entre os quais 15 crianças, mas admite que o número oficial pode ser muito maior.
  • Os jornalistas do último canal de notícias independente da Rússia deixaram o país para sua própria segurança, depois de a Rússia ter instituído um bloqueio digital contra o canal. "A nossa segurança está em risco", escreveu o editor-chefe da TV Rain, Tikhon Dzyadko, numa mensagem no Telegram.

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