A Nestlé está, neste momento, a comprar cereais em Portugal, Espanha e França
O diretor-geral da Nestlé Portugal, Paolo Fagnoni, garantiu esta quarta-feira, em Lisboa, que a guerra na Ucrânia ainda não causou impacto direto na importação de cereais, mas lamentou a escalada energética.
“A Ucrânia ainda não está a impactar, diretamente, a nossa companhia. Os cereais são essenciais para nós, mas não estamos a comprar cereais às áreas afetadas – Ucrânia e Rússia”, afirmou Fagnoni, que falava aos jornalistas em Lisboa.
A Nestlé está, neste momento, a comprar cereais em Portugal, Espanha e França.
Contudo, ressalvou, que, à semelhança do que acontece com as outras companhias, a Nestlé está a ser afetada pelo aumento dos custos de produção, sobretudo, energéticos.
“Desde o início do ano, já temos um aumento energético de seis ou sete milhões de euros, que abrange desde o gás natural à eletricidade”, acrescentou o responsável.
Paolo Fagnoni vincou ainda que a companhia está a identificar sinergias e a poupar custos para que estes aumentos não venham, novamente, a refletir-se no consumidor.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.480 civis, incluindo 165 crianças, e feriu 2.195, entre os quais 266 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra já causou um número indeterminado de baixas militares e a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, das quais 4,2 milhões para os países vizinhos.
Esta é a pior crise de refugiados na Europa desde a II Guerra Mundial (1939-1945) e as Nações Unidas calculam que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.