Vários mísseis atingem centro de Kiev, o primeiro "ataque terrorista russo" à capital ucraniana desde junho

Andreia Miranda , Notícia atualizada às 11:32
10 out 2022, 07:39
Ataque em Kiev (AP)

Ataque acontece três dias depois da explosão da ponte Kerch, que liga a Rússia à Crimeia. Ataques fizeram, pelo menos, oito mortos e 24 feridos

Várias explosões atingiram, esta segunda-feira de manhã, o centro de Kiev, avança o presidente da câmara de Kiev Vitali Klitschko, citado pela Reuters.

"Várias explosões no distrito de Shevchenskivskyi - o centro da capital", escreveu Klitschko no Telegram, antes de alertar a população de que "a capital está sob ataque terrorista russo e os mísseis atingiram locais no centro da cidade (no distrito de Shevchenkiv) e no distrito de Solomyan".

Klitschko revelou ainda que as ruas centrais da capital foram bloqueadas e apelou aos moradores que fiquem nos abrigos durante o dia de hoje, numa altura em que uma "segunda ronda de mísseis" atingiu a cidade.

O ministro do Interior ucraniano Rostislav Smirnov avança que os ataques fizeram, pelo menos, nove mortos e 36 feridos.

De acordo com o The Guardian, pelo menos quatro mísseis atingiram o centro de Kiev e haverá ainda outras regiões sobre ataque. Andriy Sadovyi, autarca de Lviv, diz que explosões foram ouvidas na região, pedindo aos residentes para procurar abrigo. Também em Dnipro e Mykolaiv há relatos de explosões.

Segundo Volodomyr Zelensky, que partilhou imagens onde é possível ver a destruição deixada pelos mísseis, as sirenes não param em todo o país.

 

"Estão a tentar destruír-nos e limpar-nos da face da terra. Destruir o nosso povo enquanto dormem nas suas casas em Zaporizhzhia. Matar pessoas que vão trabalhar em Dnipro e Kiev. As sirenes aéreas não param em toda a Ucrânia. Os mísseis continuam a cair. Infelizmente, há mortos e feridos. Por favor, não saiam dos abrigos. Protejam-se e aos vossos entes queridos. Vamos aguentar e ser fortes", escreveu o presidente ucraniano.

O ataque acontece dias depois do forte desaire da Rússia na Crimeia. A ponte que liga a Rússia à península da Crimeia ficou parcialmente destruída após uma forte explosão que deflagrou na madrugada deste sábado e que danificou a infraestrutura, considerada uma artéria fundamental para o esforço de guerra do Kremlin no sul da Ucrânia.

De manhã registou-se o terceiro bombardeamento em cinco dias contra a cidade de Zaporizhzhia (sul), no qual, segundo alguns meios de comunicação, uma pessoa morreu.

Os media ucranianos também relatam várias explosões de mísseis na cidade de Dnipro, bem como ataques a Zhytomyr, perto de Kiev, em Khmelnytskyi, mais a leste, na margem do rio Bug do sul, e Ternopil (a leste, nas margens do rio Seret).

De acordo com o jornal independente de Kiev, que cita o governador Vitaliy Kim, um total de dez mísseis S-300 caíram sobre a cidade de Myukolaiv, sem vítimas relatadas até agora.

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