Costa vai a Kiev e promete uma contribuição financeira "substancial" para a Ucrânia

4 mai 2022, 13:11
António Costa reúne-se com Denys Shmygal

Primeiro-ministro não adianta - para já - a data da viagem, mas avança que quando for a Kiev será assinado um acordo financeiro bilateral no âmbito do Fundo Monetário Internacional

António Costa aceitou formalmente o convite do homólogo ucraniano, Denys Shmygal, para visitar Kiev. O primeiro-ministro português não revelou, contudo, a data apontada para a viagem, mas adiantou que nessa altura será assinado um acordo para apoio financeiro significativo à Ucrânia.

"O primeiro-ministro convidou-me a visitar a Ucrânia em data a acertar, convite que aceitei. Incluirá um encontro com o Presidente da República da Ucrânia, Volodymyr Zelensky", declarou o líder do executivo português.

Em declarações aos jornalistas no palácio de São Bento, Costa disse que as necessidades de financiamento mensais da Ucrânia são na ordem dos cinco mil milhões de euros, o que exige um esforço de toda a comunidade internacional.

"Portugal não está em condições de responder a apoios desta dimensão, mas daremos uma contribuição substancial", referiu.

Primeiro-ministro ucraniano agradeceu apoio português

O primeiro-ministro português e o homólogo ucraniano estiveram esta quarta-feira reunidos, em videochamada. Em cima da mesa estiveram temas como a cooperação bilateral entre Portugal e Ucrânia e o conflito com a Rússia. 

No final da reunião, que durou cerca de uma hora, Costa relembrou que Portugal foi dos primeiros países a fazer uma condenação clara da guerra "ilegal" e "ilegítima" da Rússia e na necessidade de uma resposta da comunidade internacional. 

Aos jornalistas, Costa adiantou que o primeiro-ministro da Ucrânia teve a oportunidade de agradecer a Portugal pelo apoio concedido e que foi discutido o reforço desses mesmos apoios, quer em matéria militar, quer financeira.

Interrogado sobre o processo de reabertura da embaixada de Portugal na Ucrânia, António Costa disse que já há uma data acertada, mas que não a divulga publicamente “porque só deve ser comunicada no momento próprio”.

“Quero aqui frisar que a embaixada portuguesa em Kiev nunca encerrou. O embaixador português recuou para a Polónia e regressará a Kiev”, sustentou o líder do executivo, antes de fazer um elogio aos funcionários ucranianos da embaixada portuguesa.

“Mantiveram-se em funções a assegurar o funcionamento da embaixada nas condições possíveis. O Governo vai propor ao Presidente da República a condecoração por atuação de excecional bravura e coragem de um dos funcionários que se destacou muito especialmente no apoio ao resgate de cidadãos portugueses ou ucranianos com relações com Portugal”, assinalou o primeiro-ministro.

Adesão à UE? "Não nos devemos distrair com objetivos de médio e longo prazo"

Em relação ao processo de adesão da Ucrânia à União Europeia, o primeiro-ministro reiterou a sua posição de que estes processos “têm um procedimento próprio e são extremamente morosos e incertos”.

“Portugal regozija-se com a opção europeia da Ucrânia, aguardamos com expectativa que a Comissão Europeia venha a apresentar e, em função disso, nos pronunciaremos. Mas voltei a transmitir ao primeiro-ministro ucraniano que, independentemente desse processo, que é sempre longo, a União Europeia não pode perder tempo relativamente àquilo que é urgente, ou seja, responder à situação de emergência que se está a viver”, defendeu.

Neste ponto, o líder do executivo acentuou a sua perspetiva de que não se deve andar distraído com objetivos de médio prazo, “quando há respostas urgentes e que têm de ser dadas já”.

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