Rússia diz que hospital era base militar e reunião de ministros termina sem cessar-fogo. O que se sabe até agora do 15.º dia de guerra?

10 mar 2022, 13:39
Uma criança é carregada num carrinho por um caminho improvisado enquanto foge de Irpin, nos arredores de Kiev (AP)

Lavrov acusa Ocidente de não contar os dois lados da história do ataque ao hospital pediátrico em Mariupol que fez três mortos. Na reunião na Turquia, os ministros dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kuleba, e russo, Sergey Lavrov, sentaram-se mas não fizeram progressos. Na Ucrânia, que continua debaixo de fortes bombardeamentos, estão em curso sete corredores humanitários

  • "Ninguém estava aqui hoje para discutir um cessar-fogo". Dmytro Kuleba e Sergey Lavrov não chegaram a um acordo sobre o corredor humanitário em Mariupol nem sobre um possível cessar-fogo durante 24 horas. Na mesma reunião, o MNE russo disse que o presidente russo Vladimir Putin não se recusa a reunir com o homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, desde que seja para discutir "assuntos específicos".
  • A reunião dos ministros russo e ucraniano aconteceu um dia depois do ataque das forças da Rússia ao hospital pediátrico de Mariupol que causou três mortos e 17 feridos, entre crianças, mulheres e pessoal médico. Segundo o Centro de Comunicações Estratégicas e Segurança da Informação da Ucrânia, uma das vítimas mortais é uma criança.
  • Na reunião em Antália, o ministro russo voltou a afirmar que a informação que a Rússia tinha era a de que o hospital pediátrico estava a ser usado como base militar, depois das mães e das crianças terem sido retiradas do local.
  • "Como sempre, eles mentem com confiança". O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acusa a Rússia de mentir ao dizer que não havia pacientes no hospital de Mariupol.
  • Ainda em Mariupol, o gabinete do presidente ucraniano estima que já tenham morrido cerca de 1.200 pessoas no decurso do cerco russo. A cidade Mariupol está sob ataque há nove dias.
  • Estão em curso sete corredores humanitários nas cidades de Sumy, Trostyanets, Krasnopillâ, Izum, Mariupol, Volnovakha e Borodianka (Kiev). Segundo Zelensky, os corredores humanitários já terão ajudado a retirar 60 mil civis das zonas de conflito.
  • Durante a madrugada, a região de Sumy foi alvo de novos bombardeamentos. Na cidade de Okhtyrka, os ataques provocaram a morte de um menor de 13 anos e de duas mulheres. Na mesma região, um ataque aéreo já tinha morto 3 pessoas, incluindo uma criança em Trostianets.
  • O ministro da Defesa britânico revelou que a coluna militar de 64 quilómetros parada a noroeste de Kiev fez poucos progressos numa semana e tem sofrido perdas contínuas. Perante as baixas, o presidente Putin será forçado a retirar forças russas de outras localizações para repor os militares e material perdido naquele local.
  • Um bombardeamento de uma casa particular em Balakliia, no distrito de Izium, provocou a morte de quatro pessoas, incluindo duas meninas, revelou o Serviço de Comunicações Especiais da Ucrânia. Uma menina de 5 anos conseguiu sobreviver com ferimentos e está no hospital.
  • O Governo russo anunciou que vai deixar de participar no Conselho da Europa e acusou os países da União Europeia e da NATO de minarem o organismo, salientando que a UE e a NATO mantêm "uma linha de destruição do espaço comum do Conselho da Europa a nível humanitário e jurídico".
  • Mais de 2,3 milhões de pessoas já fugiram da Ucrânia, indica a Organização Internacional para as Migrações. Cerca de 1,43 milhões de refugiados vindos da Ucrânia atravessaram a fronteira para a Polónia, segundo a Polícia de Fronteira.
  • O Reino Unido juntou Roman Abramovich à sua lista de sanções, apesar de o oligarca russo, dono do Chelsea, ter ficado de fora das sanções individuais impostas pela União Europeia. Além de Abramovich, o Reino Unido decidiu congelar também os bens dos empresários russos Igor Sechin, Oleg Deripaska e Dmitri Lebedev, num total de sete indivíduos.
  • A Ucrânia alertou que Chernobyl continua sem rede elétrica, pelo segundo dia consecutivo, e segundo o ministro ucraniano da energia, German Halushchenko, a central nuclear está a operar através de geradores.
  • A ONU diz ter confirmado 516 mortes de civis e 908 feridos no conflito, mas que o número real provavelmente será "consideravelmente maior". A Ucrânia garante que as suas tropas mataram mais de 11.000 soldados russos, enquanto a Rússia confirmou cerca de 500 baixas. Nenhum dos lados divulgou dados sobre vítimas ucranianas.

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