De acordo com as mesmas fontes, não estão incluídas novas sanções na energia, depois de a UE ter avançado com um embargo ao carvão russo
O ministro checo dos Negócios Estrangeiros, Jan Lipavský, disse esta quarta-feira que a Comissão Europeia já está a preparar o sétimo pacote de sanções à Rússia pela invasão da Ucrânia, garantindo que as medidas restritivas “estão a ter efeito”.
Numa altura em que a República Checa assume a presidência rotativa do Conselho da União Europeia (UE), Jan Lipavský afirmou aos jornalistas europeus no início de uma visita à capital checa, Praga, que “a Comissão Europeia está já a trabalhar num novo pacote de sanções à Rússia, o sétimo pacote”.
Escusando-se a especificar o conteúdo deste novo pacote de medidas restritivas, o chefe da diplomacia checa indicou também “não existir um prazo” para avançar com as novas sanções.
Ainda assim, nestas declarações à imprensa europeia, incluindo a Lusa, Jan Lipavský vincou que “é preciso continuar a olhar para formas de retirar capacidade à Rússia para fazer a guerra”, adiantando que os seis pacotes já em vigor “estão a ter efeito”.
Fontes europeias admitem que neste novo pacote possa abranger a inclusão de mais indivíduos à lista de sancionados (que passam a ser alvo por exemplo da proibição de viajar para a UE ou de deter ativos na União), bem como mais sanções financeiras (depois de terem sido suspensos bancos russos do espaço comunitário).
De acordo com as mesmas fontes, não estão incluídas novas sanções na energia, depois de a UE ter avançado com um embargo ao carvão russo (no quinto pacote) e uma proibição parcial ao petróleo russo (no sexto pacote).
Eventuais outras sanções na energia, como ao gás russo, poderiam acentuar ainda mais a situação de crise energética em que a UE já se encontra e que foi agravada pela guerra, adiantaram as mesmas fontes, numa altura em que se teme também constrangimentos no fornecimento da Rússia no próximo outono e inverno.
No início de junho, a UE aprovou o sexto pacote de sanções à Rússia devido à sua agressão militar à Ucrânia, que prevê um embargo progressivo às importações de petróleo russo, deixando porém fora da lista de indivíduos alvo de medidas restritivas o líder da Igreja Ortodoxa russa, por pressão da Hungria.
Em causa está o sexto e mais recente pacote de sanções contra a Rússia devido à invasão da Ucrânia, proposto pela Comissão Europeia no início de maio, para uma eliminação gradual da importação de todo o petróleo russo de forma a reduzir a dependência energética europeia, estipulando também uma derrogação de um ano suplementar para Hungria e Eslováquia.
Neste pacote, depois de ter conseguido exceções para a Hungria a nível do embargo ao petróleo, o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, logrou também que fosse retirado da lista de sanções o patriarca russo ortodoxo Cirilo, que fazia parte de uma lista de mais 58 indivíduos a serem sancionados.
A guerra na Ucrânia, causada pela invasão russa do país no final de fevereiro passado, agravou a situação de crise energética em que a UE já se encontrava.
As tensões geopolíticas devido à guerra da Ucrânia têm afetado o mercado energético europeu, já que a Rússia é responsável por cerca de 45% das importações de gás europeias.
A Rússia também fornece 25% do petróleo e 45% do carvão importado pela UE.