Elon Musk planeia demitir perto de 75% dos funcionários do Twitter (mas o plano da atual administração não é melhor)

21 out 2022, 00:05
Elon Musk e o Twitter (Getty Images)

Jornal The Washington Post teve acesso a documentos que mostram a natureza extrema dos planos de transformação de Elon Musk em relação ao Twitter, rede social que está a passar por dificuldades e que o bilionário promete tornar mais lucrativa

Os trabalhadores da rede social Twitter poderão ser atingidos por grandes cortes nos salários nos próximos meses, mesmo que o acordo proposto por Elon Musk não avance. A informação é avançada pelo The Washington Post e caiu que nem uma bomba entre os funcionários da empresa. Estes cortes podem mesmo vir a ter impacto na capacidade de controlo do conteúdo impróprio e na segurança dos dados dos utilizadores, alertam os especialistas.

De acordo com o jornal norte-americano, Elon Musk terá revelado a potenciais investidores do seu acordo para aquisição da rede social que planeia demitir perto de 75% dos funcionários do Twitter, reduzindo a equipa a pouco mais de dois mil trabalhadores.

Mas este desfecho será bastante provável mesmo que o acordo de Musk para comprar a rede social volte a ficar pelo caminho - algo que os especialistas apontam como pouco provável. Os trabalhadores do Twitter devem estar prontos para enfrentar grandes cortes nos salários mesmo que a atual administração se mantenha, uma vez que esta também planeia reduzir o total de salários pago pela empresa em cerca de 817 milhões de euros até ao final do próximo ano - o que se traduz na saída de quase um quarto da força de trabalho. 

Além disso, a empresa também planeia fazer grandes cortes na sua infraestrutura, incluindo data centers que permitem manter o site em funcionamento para os mais de 200 milhões de utilizadores que se conectam todos os dias à rede social.

Estes cortes previstos pela atual administração da rede social - e que não eram conhecidos até agora - ajudam a perceber porque os funcionários do Twitter estavam ansiosos pela venda da rede social a Elon Musk, que fez uma proposta de compra no valor de 43 mil milhões de euros.

Edwin Chen, cientista de dados que outrora trabalhou nas métricas do Twitter e hoje é diretor-executivo da startup de moderação de conteúdo Surge AI, não tem dúvidas de que o impacto destes cortes vai ser imediatamente sentido por milhões de utilizadores da rede social. Embora possa admitir que o Twitter tem realmente demasiados funcionários, Chen diz que os cortes propostos por Musk seriam "inimagináveis" e colocariam os utilizadores do Twitter em risco de exposição a conteúdo ofensivo, como pornografia infantil.

“Seria um efeito em cascata, com os serviços a irem abaixo e as pessoas sem qualquer conhecimento institucional para conseguir recuperá-los, ficando completamente desmoralizadas e querendo sair de si mesmas”, afirmou Chen.

Elon Musk deverá fechar acordo com o Twitter na próxima sexta-feira, de acordo com o jornal norte-americano. As negociações parecem estar finalmente a avançar a bom ritmo, depois de meses de batalhas legais entre o bilionário e a administração da rede social. Se fecharem acordo, Musk torna-se imediatamente o novo dono do Twitter.

Nas reuniões da empresa, os executivos asseguraram os trabalhadores por diversas vezes que não há planos de demissão imediata. Elon Musk chegou a participar numa reunião em junho, na qual foi questionado sobre demissões. Na altura, Musk respondeu que não via qualquer razão para os funcionários de baixo desempenho permanecerem empregados. Contudo, os novos detalhes a que o The Washington Post teve acesso, destacam a natureza extrema dos planos de transformação de Elon Musk em relação ao Twitter, rede social que está a passar por dificuldades e que o bilionário promete tornar mais lucrativa.

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