Número de mortos no sismo que atingiu o sudeste da Turquia e a Síria aumentou para mais de 22.300

Andreia Miranda , notícia atualizada às 12:10
10 fev 2023, 06:37

 

 

Quatro dias depois, continuam a ser retirados sobreviventes dos escombros dos prédios que ruíram no sismo

O número de mortos no sismo que atingiu o sudeste da Turquia e a vizinha Síria na segunda-feira já aumentou para mais de 22.300 de acordo com um novo balanço provisório divulgado esta sexta-feira.

Na Turquia, o mais recente balanço regista 18.991 morto e 75.523 feridos, de acordo com o presidente turco, Recep Erdogan, em conferência de imprensa na cidade de tendas montada no Estádio Universitário Adıyaman. De acordo com Erdogan, mais de 76 mil pessoas foram retiradas para outras províncias.

Já na Síria foram, até agora, registadas mais de 3.384 mortes, a maior parte nas áreas controladas pelos rebeldes (2.037).

O total provisório de vítimas mortais é agora de 22.375.

O mau tempo está a dificultar as operações de resgate e torna ainda mais difícil a situação de alguns dos sobreviventes, que sofrem com o frio e têm de recorrer a lareiras improvisadas. 

Sobreviventes resgatados 101 horas depois

Quatro dias depois do sismo, a esperança em encontrar sobreviventes começa a desvanecer-se. O período crítico das 72 horas já passou há muito mas, esta sexta-feira, a notícia de que foi retirada dos escombros uma mulher e o filho de dez anos, 101 horas depois do sismo, com vida, voltou a dar ânimo aos socorrista.

Segundo a agência turca Anadolu, o distrito central Bağlar, um dos mais afetados pelo terramoto, as equipas conseguiram resgatar Sebahat, de 32 anos, e o filho Serhat, de dez anos, que estavam presos debaixo dos destroços de um dos prédios destruídos em Diyarbakır.

Depois de várias horas de trabalhos, as equipas conseguiram resgatar Sebahat e Serhat, quando passavam 101 horas do sismo, e levá-los para o hospital.

Horas antes, mais precisamente 99 horas depois do terramoto, Fatma Karuş, síria, de 26 anos, estava debaixo dos escombros de um prédio de três andares em Kahramanmaras, cidade onde aconteceu o epicentro do sismo. As equipas de resgate concentravam os seus esforços no edifício da rua Ali Sezai Efendi quando ouviram Fatma e ali concentraram os seus esforços durante 14 horas até que a conseguiram retirar com vida e levá-la para o hospital.

Kahramanmaraş'ta enkaz altında kalan Fatma Karuş, UMKE, Polis Arama Kurtarma ve Yıldırım Belediyesi ekiplerince depremden 99 saat sonra kurtarıldı https://t.co/wMaxY0PMkk pic.twitter.com/wZFcbtLDWD

— ANADOLU AJANSI (@anadoluajansi) February 10, 2023

Governo turco alvo de críticas

As autoridades turcas referiram que mais de 120 mil equipas de socorro estão a participar nos esforços, com mais de 5.500 veículos, e a ajuda de 95 países, incluindo Portugal e Brasil.

O governo de Recep Tayyip Erdogan, que visitou as cidades afetadas nos últimos dois dias, tem sido alvo de críticas sobre uma alegada resposta lenta à tragédia, num momento em que o Presidente turco preparava a corrida à reeleição em 14 de maio.

A Organização Mundial de Saúde estima que 23 milhões de pessoas estão "potencialmente expostas, incluindo cerca de cinco milhões de pessoas vulneráveis" e teme uma grande crise de sanitária, capaz de causar ainda mais danos do que o terramoto.

As organizações humanitárias estão particularmente preocupadas com a propagação da epidemia de cólera, que reapareceu na Síria.

Já o presidente sírio, Bashar al-Assad visitou, esta sexta-feira, o hospital universitário de Aleppo, naquela que é a primeira visita presidencial às áreas afetadas pelo sismo. 

A presidência síria divulgou, no Twitter, imagens do presidente acompanhado da mulher durante a visita aos feridos do terramoto.

O tremor de terra que sacudiu a Turquia ocorreu a 33 quilómetros da capital da província de Gaziantep, no sudeste do país, próximo da fronteira com a Síria, a uma profundidade de 17,9 quilómetros.

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