"Trabalhei durante anos com grande esforço e dedicação para conquistar uma oportunidade". O sonho deste português pode estar em risco por causa de Trump

23 mai, 18:00

Tomás Maia, residente nos Países Baixos, preparava-se para embarcar num sonho quando uma decisão de Trump pode ter mudado tudo

Tomás Maia, estudante português nos Países Baixos, viaja em setembro para os Estados Unidos, onde espera vir a estudar numa das universidades mais conhecidas a nível mundial pelo seu prestígio, Harvard. Com o sonho de desenvolver um projeto na área da inteligência artificial aplicada às neurociências a partir do próximo ano letivo, Tomás foi apanhado de surpresa pela decisão de Donald Trump, ainda que mostre alguma esperança para o futuro.

“Foi um momento de surpresa e alguma apreensão. Como eu, muitos estudantes internacionais trabalharam durante anos com grande esforço e dedicação para conquistar uma oportunidade como esta. Sei que a comunidade científica de Harvard reconhece e valoriza esse percurso e por isso continuo confiante de que se encontrará uma solução justa e equilibrada. Prefiro manter o foco, acreditar no diálogo e preparar-me para o que vier”, afirma em declarações à CNN Portugal.

Para já, essa confiança pode sustentar-se pela decisão de um juiz federal, que decidiu suspender de imediato a decisão, no que é apenas mais um revés judicial para a administração Trump, que tem visto várias das suas decisões negadas pela justiça.

Tomás Maia garante, no entanto, que não recebeu até ao momento qualquer indicação de Harvard. “Até ao momento, não recebi nenhuma comunicação oficial com alterações concretas. Sei que a situação está a ser acompanhada de perto pelas instituições envolvidas e mantenho-me atento a qualquer atualização que possa surgir”.

Esta situação faz com que muitos jovens tenham de repensar o seu futuro académico e o caminho a seguir no próximo ano letivo. Tomás já pensa nas oportunidades que a Europa lhe pode trazer. “Felizmente, a Europa também tem excelentes instituições de ensino e investigação. O meu foco é continuar a minha formação da melhor forma possível, mantendo o entusiasmo e vontade de contribuir para o mundo académico”. 

À Antena 1, na manhã desta sexta-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros mostrou-se preocupado com “os efeitos muito negativos” que a medida poderá ter para os estudantes portugueses.

“Não há dúvida que esta medida pode ter efeitos muito negativos sobre cidadão portugueses e as suas famílias. Há com certeza muitas pessoas que fazem pós-graduações, doutoramentos ou mestrados na Universidade de Harvard e em outras universidades americanas e evidentemente que isso afeta não só os próprios com as famílias”, afirmou Paulo Rangel em entrevista.

A reações chegam depois de, na quinta-feira, a secretária de Segurança Interna dos Estados Unidos, Kristi Noem, ter ordenado o encerramento da certificação do Programa de Estudantes e Visitantes de Intercâmbio de Harvard, com efeitos a partir do ano letivo de 2025-2026.

E.U.A.

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