AM de Lisboa recomenda à câmara que aumente estacionamento regulado para bicicletas e trotinetes

Agência Lusa , DCT
13 set 2022, 19:54
"Para além dos outros obstáculos, agora temos o problema das trotinetes". Quem é invisual não se sente seguro em Lisboa

Outra das recomendações, dirigidas à Câmara Municipal de Lisboa, é para que desenvolva campanhas de sensibilização para toda a população, alertando para os riscos da incorreta utilização e do incorreto estacionamento de bicicletas e trotinetes para os cidadãos mais vulneráveis

A Assembleia Municipal de Lisboa aprovou esta terça-feira uma recomendação do BE para que a câmara aumente as soluções de estacionamento regulado para bicicletas e trotinetes, para evitar que sejam aparcadas “em qualquer lugar” e “sem cumprir qualquer regra”.

Aprovada por maioria, com os votos contra do Chega e os votos a favor dos restantes deputados municipais, a proposta sugere que “sejam providenciadas zonas específicas para estacionamento de bicicletas e trotinetes de forma geral na cidade de Lisboa, com particular foco para as zonas onde a concentração destas viaturas seja maior”.

Outra das recomendações, dirigidas à Câmara Municipal de Lisboa, é para que desenvolva campanhas de sensibilização para toda a população, alertando para os riscos da incorreta utilização e do incorreto estacionamento de bicicletas e trotinetes para os cidadãos mais vulneráveis, como sejam invisuais, idosos, pessoas com mobilidade reduzida ou com carrinhos de bebés.

“A utilização de bicicletas e trotinetes partilhadas [de empresas privadas] é uma realidade cada vez mais crescente na cidade de Lisboa, com algumas externalidades associadas que têm provocado fricção com peões”, lê-se na recomendação do Bloco de Esquerda, que refere que estas viaturas de mobilidade suave têm sido estacionadas em qualquer lugar, “na maior parte das vezes sem cumprir qualquer regra ou norma de bom senso”.

A situação tem originado “muitas queixas contra estas formas de mobilidade”, sendo mais recorrente as reclamações contra trotinetes, aponta o BE, reforçando que a falta de regras na utilização e estacionamento destas viaturas é um problema, sobretudo para os cidadãos mais vulneráveis.

Considerando que os meios de mobilidade suave estão cada vez mais presentes nas cidades e são “importantes para descarbonizar as ruas e um dos caminhos para uma mobilidade radicalmente diferente”, o grupo municipal do Bloco reforça a necessidade de ter infraestruturas que permitam acomodar o correto aparcamento das viaturas, bem como uma maior sensibilização de quem as utiliza, incluindo moradores e turistas.

Em Lisboa já existem vários locais concretos para estacionamento de trotinetes e bicicletas partilhadas privadas, mas “ainda são muito poucos para a quantidade de veículos deste género que circulam na cidade”, ressalva o BE, enaltecendo o exemplo de Paris, que tem uma oferta bastante alargada de lugares específicos para este estacionamento, permitindo “um equilíbrio e fluidez na mobilidade”.

Defendendo uma mobilidade para a cidade de Lisboa “cada vez menos dependente do automóvel individual”, através do crescimento da rede de transportes públicos e da sua gratuitidade, o Bloco considera que “o equilíbrio na utilização do espaço público é fundamental”, para que todos se sintam confortáveis, inclusive para circular de trotinetes e bicicletas, e propõe que a rede Gira de bicicletas partilhadas do município “deve continuar a ser alargada, bem como deve começar a ser integrada nos passes já existentes”.

No final de junho, o vereador da Mobilidade na Câmara de Lisboa, Ângelo Pereira (PSD), disse que está em elaboração um regulamento municipal para resolver o estacionamento abusivo de bicicletas e trotinetes na cidade, que deverá entrar em vigor no início de 2023.

Na reunião desta terça-feira, os deputados municipais aprovaram ainda duas moções do PEV e do PCP contra o encerramento de balcões da instituição bancária pública Caixa Geral de Depósitos na cidade de Lisboa, manifestando apoio as populações e aos trabalhadores afetados por esta situação que consideram “inaceitável”.

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