Tracking Poll: AD dá trambolhão e PS aproxima-se como nunca. Empate técnico a poucos dias das eleições

14 mai, 20:20

Maior queda da AD e maior subida do PS deixa as coisas num cenário que ainda não se tinha visto. Aproveita também o Chega, que se cimenta com os olhos nos 20% (ou talvez acima disso)

E agora para algo completamente novo: a quatro dias das eleições legislativas, Aliança Democrática (AD) e PS entram em empate técnico, numa aproximação que ainda não tinha sido vista.

É o que diz a Tracking Poll feita pela Pitagórica para a CNN Portugal, com o 14.º dia a dar vantagem à coligação liderada por Luís Montenegro, sim, mas com a menor margem de todas. Esta é, de resto, a primeira vez que as candidaturas entram em cenário de empate técnico desde que é feita a sondagem diária.

Isto por duas razões: a AD tem o pior resultado de sempre e a pior descida de sempre, enquanto o PS consegue, de longe, a maior subida destes 14 dias.

A coligação entre PSD e CDS cai para um mínimo de 31,5%, baixando pela primeira vez dos 32%, numa tendência que se vinha adivinhando há uns dias, mas que tinha sido quebrada na última sondagem. Agora confirma-se, com uma descida de 1,6 pontos percentuais.

Isso, aliado à subida de 1,7 pontos percentuais do PS, coloca as duas candidaturas no ponto mais próximo de sempre, deixando-as num empate técnico, já que o resultado mínimo para a AD é de 28,2% e o resultado máximo do PS é 29,4%.

Uma grande subida dos socialistas, que só tinham conseguido crescer em três dos 13 dias anteriores, mas sempre por meros 0,2 pontos percentuais. Agora sobem oito vezes mais, o que, aliado à brutal quebra da AD, diminui a diferença em 3,3 pontos percentuais num só dia. Isso mesmo: dos 8,5% registados esta terça-feira passamos para uma diferença de 5,2%.

Boas notícias também para o Chega, que confirma um cenário de estabilização em torno dos 18%.

Alcançando o melhor resultado em 14 dias, o partido de André Ventura - momentaneamente fora da campanha por causa do espasmo esofágico sofrido em Tavira - tem agora 18,3%, crescendo 0,5 pontos percentuais e mantendo a perspetiva de alcançar os 20% (ou até mais).

De resto, à direita só mesmo a AD é que se pode queixar. A Iniciativa Liberal subiu 0,7 pontos percentuais e voltou à casa dos 7%, o que deixa claramente vivo o sonho de aumentar a bancada parlamentar, atualmente com oito deputados.

Para fecharmos as notícias positivas para os candidatos temos a CDU, que sobe 0,5 pontos percentuais, descolando para os 3,7%, agora sim já acima do que conseguiu em 2024.

Vamos agora ao lado pior, na perspetiva dos candidatos, claro. Confirmando uma lógica de altos e baixos, Bloco de Esquerda e Livre voltaram a descer nas intenções de voto.

A queda mais grave é a do partido de Rui Tavares, que desce 0,9 pontos percentuais, para 4,4%.

Já Mariana Mortágua vê o Bloco de Esquerda descer 0,8 pontos percentuais, voltando a números preocupantes. Um 2,4%, mais concretamente, que continua a admitir para os bloquistas um resultado ainda pior que em 2024.

Por último, o PAN foi o único a manter a intenção de voto inalterada. Continuam a ser 1,1%, com o partido de Inês Sousa Real a ter mesmo de lutar pela sobrevivência nas eleições que acontecem já este domingo.

Nota ainda para o número de indecisos, que voltou a subir consideravelmente. São agora 19,1% dos inquiridos, o que, na prática, deixa em aberto quase todas as possibilidades.

Ficha técnica

Durante 4 dias (10,11 ,12 e 13 de maio de 2025) foram recolhidas diariamente pela Pitagórica para a TVI, CNN Portugal, TSF e JN um mínimo de 202 a 203 entrevistas (dependendo dos acertos das quotas amostrais) de forma a garantir uma sub-amostra diária representativa do universo eleitoral português (não probabilístico). Foram tidos como critérios amostrais o Género, 3 cortes etários e 20 cortes geográficos (Distritos + Madeira e Açores). O resultado do apuramento dos 4 últimos dias de trabalho de campo, resultou numa amostra de 810 entrevistas que para um grau de confiança de 95,5% corresponde a uma margem de erro máxima de ±3,51.

A seleção dos entrevistados foi realizada através de geração aleatória de números de “telemóvel” mantendo a proporção dos 3 principais operadores móveis. Sempre que necessário foram selecionados aleatoriamente números fixos para apoiar o cumprimento do plano amostral. As entrevistas são recolhidas através de entrevista telefónica (CATI – Computer Assisted Telephone Interviewing).

O estudo tem como objetivo avaliar a opinião dos eleitores portugueses, sobre temas relacionados com as eleições, nomeadamente os principais protagonistas, os momentos da campanha bem como a intenção de voto dos vários partidos. Foram realizadas 1565 tentativas de contacto, para alcançarmos 810 entrevistas efetivas, pelo que a taxa de resposta foi de 51,92%. A ficha técnica completa, bem como todos os resultados, foram depositados junto da ERC - Entidade Reguladora da Comunicação Social que os disponibilizará para consulta online.

Decisão 25

Mais Decisão 25
IOL Footer MIN