Myanmar: Realizador japonês Toru Kubota condenado a dez anos de prisão

Agência Lusa , DCT
6 out 2022, 06:14
Realizador japonês Toru Kubota (Photo by PHILIP FONG/AFP via Getty Images)

A pena máxima para uma tal infração é de dois anos de prisão

Um tribunal militar birmanês condenou o realizador japonês Toru Kubota a dez anos de prisão por incitar à dissidência contra os militares e violar as leis de telecomunicações do país, noticiaram esta quinta-feira os media nipónicos.

A sentença foi proferida na quarta-feira. O jovem de 20 anos foi condenado a sete anos de prisão por violação das leis de comunicação e mais três anos por sedição, disseram fontes diplomáticas à emissora pública japonesa NHK.

Os detalhes específicos da decisão do tribunal de Myanmar (antiga Birmânia) não são conhecidos, uma vez que a sentença foi proferida à porta fechada e sem a presença do advogado de Kubota, de acordo com a NHK.

Não é também claro quantos anos terá Kubota de cumprir, uma vez que ainda há um processo em aberto por violação das leis de imigração birmanesas, cuja sentença deverá ser conhecida na quarta-feira, de acordo com fontes diplomáticas citadas pela agência noticiosa japonesa Kyodo.

A pena máxima para uma tal infração é de dois anos de prisão.

Kubota foi preso em julho passado enquanto filmava protestos contra a junta militar.

Os militares birmaneses acusaram Kubota de violar as leis de imigração ao entrar no país com um visto turístico para realizar atividades jornalísticas, e de participar ativamente nos protestos.

Também alegou que o cineasta tinha divulgado informações falsas sobre os rohingya, a minoria muçulmana perseguida em Myanmar, país de maioria budista.

Kubota foi condenado por um tribunal criado na própria prisão.

O golpe de 1 de fevereiro de 2021 mergulhou Myanmar numa crise política, económica e social, com confrontos entre as forças da junta e os opositores, e levou a um aumento da repressão.

De acordo com a Associação de Assistência aos Prisioneiros Políticos, mais de 2.100 pessoas foram mortas pelas autoridades, enquanto quase 15 mil foram detidas arbitrariamente.

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