França vai reforçar proteção à comunidade curda após tiroteio em Paris

23 dez 2022, 15:56

Apesar dos motivos do agressor permanecerem "desconhecidos", o governo francês ordenou o reforço do policiamento em locais da comunidade curda no país

O governo francês pediu um reforço do policiamento em locais da comunidade curda em todo o país, na sequência do tiroteio desta sexta-feira em Paris. A medida foi avançada pelo ministro do Interior, Gerald Darmanin, em conferência de imprensa. 

O ataque desta sexta-feira fez pelo menos três mortos e três feridos, um dos quais em estado grave. Também o suspeito ficou ferido, sobretudo na face, afirmou a procuradora do Ministério Público de Paris, Laure Beccuau à imprensa, que disse que as autoridades iriam examinar "qualquer elemento racista", que possa ter motivado o ataque.

O incidente aconteceu na rua d'Enghien, no 10.º bairro, no centro cultural curdo Ahmet Kaya, e também num restaurante tradicional e num cabeleireiro nas imediações. As autoridades pedem à população que evite a área para que os serviços de emergência atuem.

De acordo com a polícia, o suspeito, de 69 anos, foi detido no local. Desconhecem-se as motivações para o ataque. No entanto, o jornal Le Parisien avança que o suspeito já tinha sido detido por ter atacado um campo de migrantes em 2021. Aos jornalistas, Laure Beccuau confirmou que o suspeito já estava referenciado pelas autoridades e tinha sido recentemente libertado da prisão, onde cumpriu sentença por esse mesmo crime.

Horas após o ataque, as ruas de Paris encheram-se de manifestantes da comunidade curda, que protestaram contra o tiroteio. A polícia francesa utilizou gás lacrimogéneo para dispersar manifestantes curdos junto a um centro cultural curdo no centro de Paris, diante do local do tiroteio.

Os incidentes começaram quando a multidão se deparou com um cordão de agentes policiais que protegiam o ministro do Interior francês, Gérald Darmanin, que ali se deslocou para avaliar o andamento da investigação e dirigir-se à imprensa.

As forças da ordem atiraram granadas de gás lacrimogéneo sobre os manifestantes, que, por sua vez, lançaram objetos na sua direção, incendiaram contentores do lixo e erigiram barricadas na rua.

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