Um jovem de 14 anos entrou numa escola, com a arma do pai em punho, e matou oito colegas e um segurança. Pelo menos mais seis estudantes e uma professora ficaram feridos
O jovem de 14 anos que entrou esta quarta-feira numa escola de Belgrado, Sérvia, com a arma do pai em punho, matando oito colegas e um segurança, terá preparado o ataque durante pelo menos um mês. É a convicção da polícia, transmitida aos jornalistas durante uma conferência de imprensa ao final da manhã.
De acordo com as autoridades, citadas pela BBC, o jovem teria uma “lista prioritária” de colegas a abater e das turmas em cujas salas entraria primeiro, na escola Vladislav Ribnikar. Uma lista que terá seguido à risca, no ataque que teve lugar pelas 08:40 locais (menos uma hora em Lisboa). As motivações do jovem ainda estão a ser apuradas.
No entanto, sabe-se já que foi o próprio jovem quem ligou para a polícia a comunicar que o ataque tinha tido lugar. Foi detido ainda no pátio da escola.
“Primeiro, atirou sobre a professora. E depois começou a disparar indiscriminadamente”, contou à televisão sérvia N1, Milan Milosevic, o pai de um dos alunos da escola, que estava numa das salas onde o jovem entrou a disparar e que conseguiu escapar com vida e sem ferimentos.
“Vi o segurança prostrado debaixo da mesa. Vi duas jovens com sangue na roupa. Dizem que o rapaz era sossegado e bom aluno. Juntou-se recentemente à turma”, acrescentou, descrevendo o cenário que encontrou quando entrou na escola.
As vítimas
A maioria das vítimas nasceu em 2009 (tinha, portanto, entre 13 e 14 anos). Um facto que pode dar indicações sobre a lista definida pelo jovem no planeamento do atentado.
Sete raparigas e um rapaz foram declarados mortos no local. Quatro rapazes e duas raparigas foram transportados para o hospital. De acordo com as autoridades de saúde, dois dos rapazes estão estáveis, mas permanecem internados. Uma das raparigas feridas está em estado muito grave, com ferimentos na cabeça.
“Foi sujeita a uma cirurgia e tudo o que podia ser feito para já foi feito. Mas ainda continua a lutar pela vida”, adiantou a ministra sérvia da Saúde, Danica Grujičić.
“Esta é a pior coisa que já vi em toda a minha vida como médica e como pessoa”, acrescentou Danica Grujičić.
Há ainda uma professora entre os feridos. Também ela foi sujeita a uma cirurgia e a ministra da Saúde disse aos jornalistas que também a docente está a lutar pela vida.
Três dias de luto nacional
O governo sérvio decretou três dias de luto nacional, anunciou o ministro da Educação, Branko Ruzic.
“É inimaginável quando se olha para a cena… aquilo que as crianças passaram e os professores… os professores que tentaram proteger as crianças”, lamentou Branko Ruzic, na conferência de imprensa.
Os tiroteios em massa são raros na Sérvia, onde a legislação sobre armas é muito restrita. Apesar disso, tem uma das mais altas taxas de licenças de porte de arma de toda a Europa.