Pára tudo, os The Cure têm nova canção: dura sete minutos, é "a coisa mais pessimista que já fizemos"

CNN Portugal , MJC
27 set 2024, 11:52
The Cure

Há 16 anos que não havia um acontecimento destes

São quase sete minutos de melancolia, muito instrumental e a voz inconfundível de Robert Smith. "Alone" é o primeiro single dos The Cure em 16 anos e a primeiro amostra do próximo álbum da banda inglesa, "Songs of a Lost World", que é lançado a 1 de novembro. 

"Alone", diz Robert Smith num comunicado citado pela Pitchfork, foi  "o tema que desbloqueou o disco; assim que gravámos aquela canção, soube que seria o tema de abertura". O músico estava a "lutar" para compor esta canção, "trabalhando sobre a ideia simples de estar sozinho". "Assim que terminámos de gravar, lembrei-me do poema 'Dregs do poeta inglês Ernest Dowson e esse foi o momento em que soube que a música - e o álbum - eram reais."

Foi um longo caminho. O último disco de The Cure foi "4:13 Dream", lançado 2008. Em 2019, o grupo anunciou que estava a gravar novos temas e, em 2022, revelou o título do disco e começou a apresentar as novas canções nos concertos. No entanto, só agora o álbum se torna, de facto, "real".

Ao NME, há dois anos, Robert Smith explicou que esta será, provavelmente, "a coisa mais pessimista que já fizemos", e comparou-o ao ambiente negro de "Pornography", de 1982, e "Disintegration", o álbum de 1989. O facto de o vocalista ter perdido nos últimos anos os seus pais e o irmão terá influenciado a composição.

"Antes costumava escrever sobre coisas que eu achava que entendia. Agora eu sei que entendo. As letras que tenho escrito para este álbum, para mim pessoalmente, são mais verdadeiras. São mais honestas. É provavelmente por isso que o álbum em si é um pouco mais pessimista e sombrio. Sinto que quero fazer algo que expresse o lado mais sombrio do que vivi nos últimos anos - mas de uma forma que envolva as pessoas", disse Smith numa entrevista ao NME durante o período de criação.

Também o teclista Roger O'Donnell descreveu-o como "o disco mais intenso, triste, dramático e emocional que já fizemos". O’Donnell revelou recentemente que foi diagnosticado com um linfoma (cancro no sangue) e está já recuperado. 

"Songs of a Lost World" foi gravado pelos Cure - Robert Smith, Simon Gallup, Roger O’Donnell e Reeves Gabrels - e produzido por Smith e Paul Corkett, com quem já tinham trabalhado em "Bloodflowers".

Na capa do disco está uma escultura de 1975: “Bagatelle”, de Janez Pirnat.

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