Como identificar um autoteste falso à covid-19

CNN , Alaa Elassar
10 jan 2022, 12:47
Um aviso manuscrito é afixado numa prateleira vazia após os autotestes à covid-19 terem esgotado numa loja CVS em La Habra, na Califórnia

Os casos de covid-19 continuam a aumentar drasticamente, causando filas intermináveis nos centros de testagem e prateleiras vazias nas lojas onde anteriormente existiam kits de autotestes rápidos.

Mas existe agora um problema adicional: a Federal Trade Commission (FTC), o organismo americano de defesa do consumidor, alerta para a existência de kits de autotestes fraudulentos que estão a ser comercializados online a clientes desesperados.

"Não é de estranhar que, segundo a Food and Drug Administration (FDA), autotestes falsos e não autorizados estejam a surgir online, uma vez que há burlões oportunistas que estão a tirar partido do aumento na procura", informou a FTC numa nota de imprensa divulgada esta semana.

Segundo o Centro de Prevenção e Controlo das Doenças (CDC), os autotestes ao coronavírus – também conhecidos como testes caseiros ou testes de venda livre – são uma das várias medidas de contenção de riscos que visam proteger os cidadãos e que incidem na redução da probabilidade de propagação do vírus. Estes autotestes podem ser realizados em casa ou em qualquer outro lugar, independentemente do estatuto de vacinação ou da existência ou não de sintomas e, segundo o CDC, são fáceis de utilizar e permitem obter resultados rápidos.

No entanto, estamos perante uma escassez de autotestes que os torna cada vez mais caros, o que faz com que haja quem os procurem na Internet ou onde quer que eles estejam disponíveis.

Porém, os consumidores devem estar atentos aos burlões que vendem kits falsos.

Como identificar um autoteste falso

Segundo a FTC, deve seguir estes quatro passos antes de adquirir e utilizar um autoteste:

1. Adquira apenas testes autorizados pela Food and Drug Administration. O website da FDA inclui uma lista de mais de 40 autotestes autorizados, alguns dos quais com limitações em termos de idade. Estes testes podem ser adquiridos online, em farmácias e em algumas superfícies comerciais.

2. Consulte a lista de produtos fraudulentos relacionados com a covid-19, de modo a garantir que o autoteste que vai adquirir ou que a empresa que o comercializa não constam na lista.

3. Pesquise diversos distribuidores e compare avaliações fidedignas de fontes especializadas, tais como profissionais ou organizações de saúde, antes de tomar uma decisão de compra.

A FTC também aconselha a pesquisar na Internet o distribuidor dos autotestes em combinação com palavras como "fraude", "reclamação" ou "avaliação", de modo a conseguir identificar os burlões.

Segundo a FTC, "Ao utilizar estes produtos falsos não está apenas a desperdiçar dinheiro, está também a contribuir para aumentar inadvertidamente o risco de propagação da covid-19 e de não receber o tratamento adequado".

4. Se decidir adquirir um kit de autoteste online, utilize o cartão de crédito para poder mais tarde contestar a cobrança caso venha a descobrir que se trata de um produto fraudulento.

Além disso, certifique-se de que o autoteste que vai adquirir não expirou.

A importância de fazer o teste

A variante Ómicron, que é altamente transmissível, continua a fazer disparar o número de casos e de internamentos relacionados com a covid-19 nos EUA, e os especialistas afirmam que é essencial que os americanos não descurem as medidas de segurança, de modo a prevenir as infeções.

Uma dessas medidas passa por fazer testes regularmente, mesmo quando não se sente doente ou apresenta sintomas.

Infelizmente, a oferta não consegue acompanhar a procura, mas tendo em conta que a Ómicron é uma variante mais infeciosa, segundo Mara Aspinall, docente no College of Health Solutions da Universidade Estadual do Arizona, os testes são agora mais importantes do que nunca.

Em declarações à CNN no mês passado, Aspinall afirmou que “Estamos num momento muito delicado. Os testes são a nossa única estratégia de saída desta pandemia."

Segundo dados da Universidade Johns Hopkins, até à data, a covid-19 já fez pelo menos 833 987 vítimas mortais e infetou cerca de 58,5 milhões de pessoas nos EUA.

Este artigo contou com o contributo de Travis Caldwell, Jen Christensen e Tara Subramaniam da CNN.

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