Problemas com o puxador terão, em alguns casos, prendido passageiros em veículos da Tesla
A Tesla está a analisar a forma de abrir as portas dos seus carros em situações de emergência, após vários acidentes em que passageiros ficaram supostamente presos em veículos em chamas porque as equipas de emergência não conseguiram abrir os carros.
Mesmo sem acidente, outros proprietários de Tesla relataram ter de partir os próprios vidros dos carros depois de colocarem os filhos nos cintos de segurança e não conseguirem entrar novamente no veículo, segundo uma investigação lançada pela Administração Nacional de Segurança Rodoviária, citando queixas de proprietários. Uma investigação da Bloomberg encontrou 140 incidentes de pessoas presas nos Tesla devido a problemas com os puxadores das portas, incluindo vários casos que resultaram em ferimentos graves.
O responsável pelo design da Tesla, Franz von Holzhausen, disse num podcast na quarta-feira que a empresa está a ponderar combinar os mecanismos de abertura manual e eletrónica das portas, que atualmente estão separados, de forma a tornar a saída do veículo mais fácil e rápida numa “situação de pânico”.
“A ideia de combinar o mecanismo eletrónico com o manual num só botão, penso que faz muito sentido”, afirmou numa entrevista ao podcast Hot Pursuit! da Bloomberg. “É algo em que estamos a trabalhar.”
Não está claro se a Tesla está a desenvolver a solução para todos os seus carros ou apenas para os modelos novos, mas é improvável que a empresa consiga combinar os dois métodos de abrir a porta nos modelos existentes.
Os puxadores das portas do Tesla Model S e Model X estendem-se e retraem-se, enquanto os do Model 3 e Y abrem-se mecanicamente quando pressionados. Mas quando isso falha, as portas precisam de ser abertas através do mecanismo manual no interior do veículo para que se possa sair. Isto pode ocorrer se houver perda de energia após um acidente.
Além disso, a localização dos botões de libertação manual pode ser difícil de encontrar, especialmente para uma criança sozinha num carro ou para um passageiro que não conheça bem o veículo, como numa situação de emergência. A investigação da Bloomberg encontrou numerosos casos de passageiros mortos ou gravemente queimados por incêndios pós-acidente, quando as equipas de emergência não conseguiram abrir as portas.