Tenista maiorquino colocou um ponto final num dos percurso mais notáveis da história do desporto
Terça-feira, 19 de novembro de 2024.
O dia em que Rafael Nadal Parera, um dos melhores desportistas da história, terminou a carreira.
Em Málaga, o «Touro de Manacor» fez, ainda que sem saber ao certo, a última dança diante de Botic van de Zandschulp. Na Taça Davis, frente aos Países Baixos, foi o primeiro espanhol a entrar no court, mas cedeu por dois sets a zero diante de um adversário que tinha vencido facilmente nos dois duelos anteriores, ambos jogados em 2022 quando Rafael era um Nadal diferente do de 2024, martirizado por lesões.
A derrota no primeiro encontro entre Espanha e Países Baixos, nos quartos de final, deixava o prolongamento da carreira de Rafael Nadal nas mãos de dois compatriotas. Primeiro, de Carlos Alcaraz, o príncipe herdeiro dele que, logo a seguir, levou a melhor sobre Tallon Griekspoor por 7-6 (7-0) e 6-3. Depois, da dupla composta por Alcaraz e Marcel Granollers, que foram incapazes de bater Wesley Koolhof e Botic van de Zandschulp, que prevaleceram por 7-6 (7-4) e 7-6 (7-3).
Para trás ficam mais de duas décadas recheadas com 92 títulos ATP, 22 dos quais do Grand Slam e um daqueles recordes que muitos arriscam dizer que perdurará para a eternidade: 14 títulos só em Roland Garros. Além de tudo isso, Rafael Nadal foi ainda campeão olímpico de singulares (2008), de pares (2016) e fez parte de cinco conquistas espanholas na Taça Davis: em 2004, 2008, 2009, 2011 e 2019.
Rafael Nadal fez parte do mítico «Big Three», que nas últimas duas décadas deu a conhecer ao Mundo os três melhores tenistas de todos os tempos: Roger Federer, Novak Djokovic e ele, que em 2004 iniciou uma longa rivalidade com o suíço para, mais tarde, protagonizar com Djokovic alguns dos maiores duelos da história do ténis contemporâneo.
Exemplo de superação e de resiliência, Nadal começou a jogar ténis aos três anos. Era destro, mas o tio, Toni, ajudou-o a desenvolver a canhota, convicto de que, num mundo de destros, poderia desenvolver através daquele braço esquerdo um potencial tremendo. Não se enganou.
E nós, amantes do desporto, só temos de agradecer.
Obrigado, Rafa.